O capítulo 3 do livro de Êxodo é um dos mais impactantes da Bíblia, pois nele encontramos um encontro direto entre Deus e Moisés, marcando o início da missão de libertação do povo de Israel. Neste estudo de Êxodo 3, veremos como Deus se revelou a Moisés através da sarça ardente, chamando-o para ser o líder da redenção dos israelitas da escravidão egípcia.
Moisés estava pastoreando o rebanho de Jetro, seu sogro, quando teve uma experiência sobrenatural:
“E apareceu-lhe o Anjo do Senhor em uma chama de fogo, no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia” (Êxodo 3:2, ARC).
A visão despertou sua curiosidade, levando-o a se aproximar. Nesse momento, Deus o chamou pelo nome:
“Moisés! Moisés! E ele disse: Eis-me aqui” (Êxodo 3:4, ARC).
Esse chamado não foi apenas um evento extraordinário, mas uma demonstração clara do propósito divino. Deus ordenou que Moisés tirasse suas sandálias, pois o lugar onde estava era santo:
“Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa” (Êxodo 3:5, ARC).
Essa ordem não era um mero ritual, mas um lembrete da santidade de Deus e da necessidade de reverência ao se aproximar d’Ele. Moisés, ao perceber que estava diante do Deus dos patriarcas, cobriu o rosto, temendo olhar para Deus (Êxodo 3:6).
Dessa forma, esse estudo de Êxodo 3 nos mostra que Deus não apenas observa o sofrimento do Seu povo, mas também age para libertá-lo. Ele disse:
“Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores” (Êxodo 3:7, ARC).
Essa passagem revela o caráter compassivo de Deus, que não é indiferente ao sofrimento humano. Ele vê, ouve e conhece as dores de Seu povo, intervindo no tempo certo.
Além disso, há uma relação profunda entre essa passagem e o significado do Salmo 34, onde está escrito:
“Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito” (Salmo 34:18, ARC).
Ao longo deste artigo, exploraremos mais sobre esse evento marcante e, no final, explicaremos melhor a relação entre Êxodo 3 e este Salmo.
Com essa introdução, seguimos agora para entender como Deus se revelou a Moisés e lhe confiou uma grande missão.

Deus se Revela a Moisés e Lhe Dá Uma Missão
No decorrer deste estudo de Êxodo 3, percebemos que Deus não apenas se manifesta a Moisés, mas também lhe confia uma grande missão: a libertação do povo de Israel da escravidão egípcia. Esse chamado divino ocorreu por meio de um evento extraordinário – a sarça ardente – e marca um ponto decisivo na história bíblica.
Ao se aproximar daquela visão impressionante, Moisés ouviu a voz de Deus chamando-o pelo nome:
“Moisés! Moisés! E ele disse: Eis-me aqui.” (Êxodo 3:4, ARC).
Essa repetição do nome indica urgência e importância no chamado divino. Deus, então, revelou Sua identidade, afirmando ser o mesmo Deus de Abraão, Isaque e Jacó:
“Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus.” (Êxodo 3:6, ARC).
Ao ouvir isso, Moisés ficou tomado pelo temor e reverência, pois sabia que estava na presença do Deus Todo-Poderoso. Essa reação nos lembra que, diante da santidade de Deus, o ser humano reconhece sua pequenez e fragilidade.
Deus, então, revelou Seu profundo conhecimento sobre a situação de Israel no Egito e demonstrou compaixão pelo sofrimento do povo:
“Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores.” (Êxodo 3:7, ARC).
O Senhor não é um Deus distante. Ele vê, ouve e conhece as dores de Seus filhos. Ele não ignora os sofrimentos humanos, mas intervém no tempo certo. Essa promessa divina se estende a todos os que clamam por socorro, como reforçado em Salmo 34:17:
“Os justos clamam, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias.” (Salmo 34:17, ARC).
Dessa forma, Deus não apenas se revelou a Moisés, mas também lhe confiou uma grande responsabilidade: ser o instrumento da libertação de Israel. Ele disse:
“Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito.” (Êxodo 3:10, ARC).
Moisés, porém, questionou sua capacidade de cumprir essa missão. Ele perguntou:
“Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?” (Êxodo 3:11, ARC).
Isso mostra que, apesar de sua criação no palácio egípcio, Moisés não se sentia qualificado para essa tarefa. No entanto, Deus não depende da capacidade humana, mas de Sua própria soberania. Ele garantiu a Moisés que não estaria sozinho:
“Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte.” (Êxodo 3:12, ARC).
Aqui, Deus deixa claro que Sua presença seria suficiente para capacitar Moisés. Essa verdade se aplica até hoje: quando Deus nos chama para uma missão, Ele também nos dá o suporte necessário para cumpri-la.
No próximo trecho deste estudo de Êxodo 3, veremos a resposta que Deus deu a Moisés quando ele perguntou sobre o nome divino e seu significado profundo.
O Significado do Nome “Eu Sou” em Êxodo 3:14
Ao longo deste estudo de Êxodo 3, chegamos a um dos momentos mais marcantes da revelação divina: a apresentação do nome de Deus a Moisés. Quando Deus chamou Moisés para libertar os israelitas, ele fez uma pergunta essencial:
“Eis que, quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?” (Êxodo 3:13, ARC).
A resposta de Deus não apenas revelou Sua identidade, mas também expressou a profundidade de Sua existência eterna e autossuficiente:
“E disse Deus a Moisés: Eu Sou o que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós.” (Êxodo 3:14, ARC).
Essa declaração é fundamental para a compreensão da natureza de Deus. O nome “Eu Sou” (em hebraico, YHWH) indica um Deus que não tem começo nem fim, que é autoexistente e imutável. Diferente dos deuses pagãos do Egito, criados pela imaginação humana, o Deus de Israel simplesmente é – Ele existe por Si mesmo, sem depender de nada ou ninguém.
Essa revelação também demonstra que Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Ele não muda com o tempo, nem está sujeito às limitações humanas. Em Malaquias 3:6, Ele reforça essa verdade ao declarar:
“Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” (Malaquias 3:6, ARC).
Essa constância de Deus traz segurança ao Seu povo. Quando Moisés recebeu essa revelação, não estava apenas ouvindo um nome, mas entendendo que Deus seria tudo o que Seu povo precisasse que Ele fosse. Essa mesma certeza é reafirmada por Jesus no Novo Testamento, quando Ele declara:
“Antes que Abraão existisse, eu sou.” (João 8:58, ARC).
Ao dizer isso, Jesus não apenas afirmava Sua divindade, mas também se identificava com o mesmo Deus que chamou Moisés na sarça ardente. Isso mostra a continuidade do plano de Deus e reforça que Ele é o Salvador eterno.
Portanto, o significado do nome “Eu Sou” vai além de um simples título. Ele representa a soberania, imutabilidade e presença constante de Deus em todas as gerações. Essa verdade nos lembra que o Deus que chamou Moisés e libertou Israel ainda é o mesmo que age na vida daqueles que Nele confiam.
No próximo trecho deste estudo de Êxodo 3, veremos como Moisés reagiu a esse chamado e de que forma Deus respondeu às suas dúvidas e inseguranças.
Moisés Questiona sua Capacidade e Deus Responde
Ao prosseguir com este estudo de Êxodo 3, percebemos que, apesar do chamado direto de Deus, Moisés não se sentiu preparado para a missão que lhe foi confiada. Diante da responsabilidade de libertar os israelitas do Egito, ele expressou sua insegurança e questionou sua própria capacidade:
“Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?” (Êxodo 3:11, ARC).
Moisés, que havia sido criado na corte egípcia, agora era apenas um pastor no deserto. Sua vida havia mudado drasticamente desde que fugira do Egito, e ele não se via apto para enfrentar Faraó. Seu questionamento mostra o conflito interno entre o chamado divino e suas limitações humanas.
No entanto, Deus não respondeu exaltando as habilidades de Moisés, mas garantindo que Sua presença faria toda a diferença:
“Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte.” (Êxodo 3:12, ARC).
Essa resposta demonstra uma verdade fundamental: a obra de Deus não depende da força humana, mas de Sua presença. Moisés não precisava confiar em sua própria capacidade, pois era Deus quem realizaria o plano.
Mesmo assim, Moisés continuou relutante e fez outro questionamento:
“Eis que, quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?” (Êxodo 3:13, ARC).
Foi nesse momento que Deus revelou Seu nome: “Eu Sou o que Sou” (Êxodo 3:14, ARC), como vimos na seção anterior. Essa revelação deveria dar a Moisés confiança, pois significava que Deus era eterno, poderoso e totalmente suficiente.
Mesmo com essa explicação, Moisés ainda não se sentia à altura da missão. Ele temia que os israelitas não acreditassem nele e questionassem sua autoridade. Deus, então, garantiu que realizaria sinais para confirmar seu chamado e fortalecer sua credibilidade diante do povo.
Essa parte do estudo de Êxodo 3 nos ensina que é comum sentir insegurança diante dos desafios, mas quando Deus nos chama, Ele também nos capacita. A resposta divina a Moisés continua válida até hoje: não importa quem somos, mas quem está conosco.
No próximo trecho, veremos como Deus antecipou a resistência de Faraó e prometeu grandes sinais para garantir a libertação do Seu povo.
As Maravilhas de Deus no Egito e a Libertação dos Israelitas
Este estudo de Êxodo 3 não estaria completo sem analisarmos como Deus cumpriu Sua promessa de libertação ao povo de Israel. Depois de chamar Moisés e garantir Sua presença, Deus já previa a resistência de Faraó e declarou que realizaria maravilhas para demonstrar Seu poder:
“Eu sei que o rei do Egito não vos deixará ir, a não ser por uma forte mão. Portanto, estenderei a minha mão, e ferirei o Egito com todas as minhas maravilhas, que farei no meio dele; e, depois, vos deixará ir.” (Êxodo 3:19-20, ARC).
O Senhor não apenas livrou Seu povo da escravidão, mas também fez isso por meio de sinais poderosos. As pragas enviadas ao Egito não foram apenas demonstrações de força, mas também juízos contra os falsos deuses egípcios. Cada uma das dez pragas confrontava uma divindade egípcia, mostrando que somente o Deus de Israel era verdadeiro e soberano sobre toda a criação.
Após a última praga – a morte dos primogênitos – Faraó finalmente permitiu que os israelitas partissem. Mas mesmo assim, ele se arrependeu e perseguiu o povo até o Mar Vermelho. Nesse momento crítico, Deus realizou um dos milagres mais conhecidos da Bíblia: a abertura do Mar Vermelho.
“Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite, e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas.” (Êxodo 14:21, ARC).
Os israelitas passaram em terra seca, mas quando os egípcios tentaram segui-los, Deus fechou as águas, destruindo o exército inimigo. Assim, o povo de Deus foi liberto de forma definitiva.
A Relação Entre Êxodo 3 e o Salmo 34
Essa libertação milagrosa ilustra a fidelidade de Deus, que não apenas vê e ouve o clamor do Seu povo, mas age para livrá-lo. Isso está em plena harmonia com a mensagem de Salmo 34, citado no início deste artigo, especialmente no versículo:
“Os justos clamam, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias.” (Salmo 34:17, ARC).
Assim como os israelitas clamaram no Egito e Deus respondeu com grandes maravilhas, Ele continua ouvindo o clamor daqueles que O buscam. A história de Êxodo 3 nos lembra que Deus age no tempo certo para libertar Seu povo e cumprir Suas promessas.
Ao longo deste estudo de Êxodo 3, vimos que Deus se revelou a Moisés, garantiu Sua presença, realizou sinais poderosos e, por fim, trouxe libertação completa ao Seu povo. Que essa mensagem fortaleça nossa fé no Deus que vê, ouve e livra aqueles que Nele confiam.