A questão “quem criou o mal” é uma das mais intrigantes e desafiadoras na teologia cristã. A Bíblia nos revela que Deus é soberano sobre todas as coisas, mas também destaca que Ele é santo, justo e puro. Em Isaías 45:7, está escrito: “Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas essas coisas.” (ARC). Esse versículo muitas vezes gera confusão, mas é importante entender o contexto.
No original hebraico, a palavra traduzida como “mal” é ra, que pode significar adversidade, calamidade ou juízo, e não necessariamente o mal moral ou o pecado. Assim, o texto nos mostra que Deus, como Criador soberano, exerce controle até mesmo sobre os eventos difíceis ou desastres que ocorrem no mundo, mas não é o autor do pecado. Isso é confirmado por Tiago 1:13: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.” (ARC). Essa passagem deixa claro que o mal moral não procede de Deus.
No significado do Salmo 23, encontramos a afirmação reconfortante de que, mesmo diante do “vale da sombra da morte,” o crente não precisa temer, pois Deus está presente como Pastor e guia. Essa relação nos mostra que, embora o mal e a adversidade existam, o Senhor caminha conosco em meio às dificuldades. No final do artigo, explicaremos mais detalhadamente como o Salmo 23 se conecta com o tema de quem criou o mal.
Portanto, Deus não é o autor do mal moral; Ele permite que certas adversidades aconteçam para cumprir Seus propósitos soberanos e para nos moldar espiritualmente. Com essa compreensão, podemos começar a explorar o significado do mal no contexto bíblico, sempre confiando no caráter justo e amoroso de Deus.

O Que a Bíblia Diz Sobre o Mal?
A Bíblia oferece uma visão ampla e profunda sobre o mal, esclarecendo sua origem e propósito dentro do plano divino. Desde Gênesis até Apocalipse, as Escrituras mostram que Deus é santo e justo, mas que o mal existe como consequência do livre-arbítrio concedido a Suas criaturas.
No livro de Isaías, Deus declara: “Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas essas coisas.” (Isaías 45:7, ARC). Como explicado anteriormente, o termo “mal” neste contexto refere-se a calamidades ou julgamentos que Deus permite como parte de Seu propósito soberano. Ele não é o autor do mal moral ou do pecado, mas é Senhor sobre todas as circunstâncias.
O mal moral, por outro lado, é resultado da escolha humana de desobedecer a Deus. Essa realidade é demonstrada no relato de Gênesis 3, quando Adão e Eva optaram por desobedecer ao Senhor ao comerem do fruto proibido. Esse ato trouxe o pecado e suas consequências ao mundo. Como está escrito: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Romanos 5:12, ARC).
No entanto, a Bíblia também promete que Deus redime e transforma até mesmo as situações mais difíceis. O Salmo 34:19 declara: “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas.” (ARC). Essa passagem reforça que, embora enfrentemos adversidades, podemos confiar no cuidado e no propósito divino.
Assim, a Bíblia nos mostra que o mal não é algo fora do controle de Deus. Ele é soberano e justo, utilizando até mesmo as adversidades para cumprir Seus planos eternos. Essa compreensão nos permite refletir com mais profundidade sobre quem criou o mal e qual é o propósito de sua existência no plano divino.
O Mal Moral e o Livre-arbítrio das Criaturas
O mal moral é um tema central na discussão sobre quem criou o mal. De acordo com a Bíblia, Deus concedeu livre-arbítrio às Suas criaturas, permitindo-lhes escolher entre o bem e o mal. Essa liberdade é um presente divino, mas também trouxe a possibilidade de desobediência e rebelião contra Deus.
O exemplo mais evidente disso está na queda de Lúcifer, o anjo que se rebelou contra o Criador devido ao orgulho. Em Ezequiel 28:15, lemos: “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti.” (ARC). Esse versículo destaca que o mal moral teve origem no coração de uma criatura perfeita, mas que escolheu deliberadamente afastar-se da vontade divina.
De forma semelhante, no Éden, Adão e Eva também exerceram seu livre-arbítrio ao comerem do fruto proibido, conforme Gênesis 3. O pecado entrou no mundo por meio dessa decisão, e com ele veio a separação entre Deus e a humanidade. Como está escrito em Romanos 3:23: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (ARC).
É importante enfatizar que Deus não criou o mal moral, mas permitiu o livre-arbítrio para que Suas criaturas O amassem e O servissem por escolha própria, e não por obrigação. Isso reflete o caráter amoroso de Deus, pois o amor verdadeiro só pode existir onde há liberdade.
Ainda assim, o Senhor é soberano sobre todas as coisas e pode transformar o mal moral em algo que glorifica Seu nome e edifica Seu povo. Em Gênesis 50:20, José declara: “Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida.” (ARC). Essa passagem mostra que Deus pode usar até mesmo o mal moral para cumprir Seus propósitos eternos.
Portanto, o mal moral é resultado do livre-arbítrio das criaturas, mas nunca está fora do controle divino. Deus é justo e amoroso, e Ele convida cada pessoa a confiar em Seu plano, mesmo diante das consequências do pecado no mundo.
Qual o Propósito Divino em Permitir o Mal?
Ao refletir sobre quem criou o mal, é essencial compreender que Deus não apenas permite que o mal exista, mas que isso faz parte de um plano divino maior e perfeito. Embora o mal moral e as adversidades sejam consequências do pecado e das escolhas das criaturas, a soberania de Deus garante que nada está fora do Seu controle ou propósito.
Uma das razões pelas quais Deus permite o mal é para demonstrar Sua justiça e santidade. Em Romanos 9:22-23, lemos: “E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para perdição, para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou?” (ARC). Esse texto revela que até mesmo a existência do mal serve para manifestar atributos divinos como a justiça, a misericórdia e o poder.
Além disso, o mal pode ser um instrumento para o crescimento espiritual e a dependência de Deus. O apóstolo Paulo expressou isso ao enfrentar uma adversidade pessoal, conhecida como o “espinho na carne”. Ele disse: “E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.” (2 Coríntios 12:9, ARC). Nesse contexto, Deus usou uma dificuldade para moldar Paulo e revelar Sua graça.
Outro propósito do mal é levar as pessoas ao arrependimento e à busca por Deus. Em Atos 17:27, está escrito: “Para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós.” (ARC). Muitas vezes, é em meio às provações que as pessoas reconhecem sua necessidade de um Salvador.
Finalmente, Deus permite o mal para cumprir Seus planos redentores. A morte de Jesus Cristo é o exemplo máximo disso. O maior ato de injustiça da história — a crucificação de um homem inocente — tornou-se o caminho para a salvação de toda a humanidade. Como está escrito em João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (ARC).
Portanto, embora o mal seja difícil de compreender plenamente, ele faz parte de um plano divino que aponta para a glória de Deus, a edificação espiritual e a redenção da humanidade. Confiar nesse propósito nos ajuda a enfrentar as adversidades com fé e esperança.
Como Vencer o Mal e Permanecer Firme em Deus
Diante da pergunta quem criou o mal, é natural que surja o desejo de saber como podemos vencer o mal e permanecer firmes em Deus, especialmente em um mundo repleto de adversidades e desafios espirituais. A Bíblia nos oferece orientação clara e poderosa para enfrentarmos o mal e vivermos em vitória.
Primeiramente, devemos confiar no poder de Deus para nos proteger e guiar. O Salmo 23, citado anteriormente, nos ensina que o Senhor é o nosso Pastor e que, mesmo passando pelo “vale da sombra da morte,” não precisamos temer mal algum. Como está escrito: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.” (Salmo 23:4, ARC). Esse versículo nos assegura que a presença de Deus é suficiente para nos sustentar, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Outra forma de vencer o mal é revestindo-nos da armadura de Deus, conforme ensinado em Efésios 6:11: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.” (ARC). Essa armadura inclui elementos espirituais como a fé, a justiça, a verdade e a Palavra de Deus, que são essenciais para resistir às tentações e aos ataques do inimigo.
Além disso, é fundamental buscar força por meio da oração e do louvor. Em Filipenses 4:6-7, está escrito: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (ARC). A oração nos conecta ao poder de Deus e nos dá paz em meio às dificuldades.
Por fim, devemos lembrar que, em Cristo, já somos mais que vencedores. Como Romanos 8:37 declara: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” (ARC). Isso significa que, independentemente das adversidades, temos a certeza da vitória eterna em Jesus.
Voltando ao Salmo 23, ele nos mostra que vencer o mal não significa apenas evitar as dificuldades, mas confiar que Deus está conosco em todas as circunstâncias. O cuidado do Senhor, simbolizado pela vara e o cajado, nos guia, nos consola e nos fortalece. Esse salmo é um lembrete constante de que o mal não tem poder final sobre aqueles que confiam no Senhor.
Portanto, vencer o mal e permanecer firme em Deus requer confiança no caráter do Senhor, a prática da oração, o uso das ferramentas espirituais que Ele nos deu e a certeza de que Ele caminha conosco em cada passo de nossa jornada.