Quem era os fariseus na bíblia? Os fariseus eram um grupo religioso influente na época de Jesus, conhecidos por sua dedicação rigorosa à Lei de Moisés e às tradições orais que interpretavam as Escrituras. Eles surgiram durante o período intertestamentário, após o exílio babilônico, como uma resposta à necessidade de preservar a pureza religiosa do povo de Israel diante da ocupação estrangeira. Esse grupo se tornou uma das principais seitas dentro do judaísmo, ao lado dos saduceus, e influenciou profundamente as práticas religiosas da época.

Na Bíblia, os fariseus são frequentemente retratados como defensores da moralidade religiosa, sendo vistos como zelosos na observância da Lei. Eles buscavam viver uma vida de santidade, com um foco no cumprimento estrito de preceitos como o dízimo, a oração e o jejum. No entanto, suas atitudes e práticas frequentemente os colocaram em conflito com Jesus, que os criticava por sua hipocrisia e pelo foco nas aparências externas em vez de um verdadeiro arrependimento e transformação do coração.

Em Mateus 23:27-28, Jesus denuncia essa falta de sinceridade:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora, na verdade, se parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós, exteriormente, pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.” (Mateus 23:27-28, Almeida Revista e Corrigida)

Essa passagem é um exemplo claro da crítica de Jesus à hipocrisia dos fariseus. Eles eram minuciosos em seus rituais externos, mas falhavam em viver os princípios mais profundos da Lei, como o amor e a misericórdia. Por isso, Jesus os chamava de “hipócritas”, pois suas ações não refletiam a pureza que Deus requer no coração.

Em relação ao significado do Salmo 1, que ensina sobre a importância de meditar na Lei de Deus de dia e de noite, os fariseus se destacavam por sua adesão à Lei de forma superficial, buscando seguir os preceitos exteriores sem permitir que a Palavra de Deus tocasse profundamente seus corações. No final deste artigo, vamos explorar como esse salmo se conecta com a crítica de Jesus aos fariseus, enfatizando a verdadeira obediência que vem do interior e não apenas das ações externas.

Este estudo nos convida a refletir sobre como vivemos nossa fé: será que estamos como os fariseus, focados nas aparências ou buscamos a verdadeira transformação que vem do coração? Ao longo deste artigo, veremos mais sobre como a atitude de Jesus em relação aos fariseus revela princípios valiosos para todos os cristãos.

Quem Era os Fariseus na Bíblia
Quem Era os Fariseus na Bíblia

O Que os Fariseus Acreditavam e Como Seguiam a Lei?

Os fariseus na Bíblia eram conhecidos por sua firme crença na autoridade da Lei de Moisés e na necessidade de cumprir as normas religiosas para manter a santidade diante de Deus. Eles eram profundamente comprometidos com a observância das Escrituras, mas também davam grande importância às tradições orais que haviam sido desenvolvidas ao longo dos séculos. Essas tradições eram consideradas por eles quase tão importantes quanto a própria Lei escrita, sendo vistas como uma forma de explicá-la e aplicá-la em diversos aspectos da vida cotidiana.

Acreditavam que a pureza religiosa podia ser alcançada não apenas pela obediência à Lei, mas também pelo cumprimento minucioso de práticas adicionais, como o jejum, as orações diárias e o dízimo de tudo, incluindo até mesmo as ervas como hortelã e endro. Essa abordagem meticulosa visava garantir que cada área da vida estivesse alinhada com a vontade de Deus, conforme eles entendiam.

Em Mateus 23:23, Jesus faz referência a esse zelo dos fariseus pelos detalhes da Lei, mas também os repreende por negligenciarem aspectos mais profundos da fé, como a justiça, a misericórdia e a fé. Ele disse:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas.” (Mateus 23:23, Almeida Revista e Corrigida)

Esta passagem ilustra como os fariseus estavam excessivamente focados em rituais externos, deixando de lado o verdadeiro espírito da Lei, que é viver com justiça, compaixão e fé genuína. Para os fariseus, a Lei não se limitava ao comportamento externo, mas também envolvia regras de pureza, dieta e até mesmo os relacionamentos sociais.

Além disso, os fariseus acreditavam na ressurreição dos mortos e na existência de anjos, pontos que os distinguiam dos saduceus, outro grupo religioso judeu da época que negava essas doutrinas. Isso fazia com que os fariseus se diferenciassem em termos de sua teologia, sendo mais próximos dos ensinamentos cristãos em algumas áreas, mas com uma ênfase na observância externa das práticas religiosas.

Em resumo, os fariseus acreditavam que a obediência rigorosa à Lei e às tradições seria a chave para alcançar a santidade. No entanto, como vemos nas críticas de Jesus, essa obediência externa precisava ser acompanhada por uma transformação interior, algo que nem sempre era evidente entre eles. No final do artigo, vamos explorar como essa ênfase nas ações externas sem uma mudança do coração se conecta com o ensino de Jesus e sua visão sobre a verdadeira obediência a Deus.

Fariseus e a Crítica de Jesus: Por Que Ele os Chamava de Hipócritas?

Jesus frequentemente criticava os fariseus por sua hipocrisia, e suas palavras sobre esse grupo estão entre as mais contundentes nos Evangelhos. Para entender por que Jesus os chamava de hipócritas, é necessário considerar a diferença entre a forma como os fariseus se viam e como Jesus os via. Na Bíblia, os fariseus eram conhecidos por serem extremamente zelosos na observância das leis e tradições judaicas. No entanto, essa devoção exterior não refletia uma verdadeira transformação interior, o que gerava o motivo das críticas de Jesus.

Em Mateus 23:25-26, Jesus descreve a hipocrisia dos fariseus de forma bastante vívida:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade. Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo.” (Mateus 23:25-26, Almeida Revista e Corrigida)

Essa passagem revela a crítica de Jesus ao fato de os fariseus se preocuparem apenas com a aparência externa da pureza religiosa. Eles seguiam rigorosamente as leis e as práticas externas, mas seus corações estavam longe de Deus, repletos de ganância e maldade. Jesus os chamava de “hipócritas” porque seus comportamentos eram contraditórios: eles pareciam justos aos outros, mas, em seu interior, estavam cheios de iniquidade.

Além disso, Jesus os acusava de “carregarem fardos pesados” sobre os outros sem estar dispostos a ajudá-los (Mateus 23:4). Os fariseus impunham regras e tradições pesadas, mas não ofereciam a verdadeira ajuda ou a misericórdia necessária para que as pessoas pudessem viver conforme a Lei de Deus. Esse legalismo e falta de compaixão tornavam suas ações ainda mais distantes do propósito de Deus.

Em Lucas 18:9-14, Jesus também relata a parábola do fariseu e do publicano, onde fica claro como Ele via a atitude dos fariseus em comparação com os outros. O fariseu, na parábola, orava cheio de orgulho, agradecendo a Deus por ser justo e superior aos outros, enquanto o publicano, humilde, reconhecia seu pecado e pedia perdão. Jesus conclui a parábola afirmando que o publicano foi justificado diante de Deus, enquanto o fariseu não.

A crítica de Jesus aos fariseus não era contra a obediência à Lei em si, mas contra a falsa religiosidade e a atitude de se achar superior aos outros. Ele chamava os fariseus de hipócritas porque, embora seguissem muitas regras e tradições, não possuíam um coração genuíno de arrependimento e amor a Deus e ao próximo.

Portanto, quando Jesus usava a palavra “hipócrita” para se referir aos fariseus, Ele estava desafiando-os a olhar para dentro de si mesmos, a buscar uma transformação verdadeira e a viver uma religiosidade autêntica, que não fosse apenas visível aos olhos dos outros, mas também aos olhos de Deus. O que Ele procurava era um coração puro, disposto a viver a Lei com justiça, misericórdia e fé.

Qual a Importância dos Fariseus Para a História do Cristianismo?

Os fariseus, como grupo religioso na Bíblia, tiveram um papel significativo não apenas na história do judaísmo, mas também na formação das bases para o cristianismo. Embora muitas vezes associados a críticas por Jesus, os fariseus desempenharam um papel crucial na preservação e desenvolvimento das práticas religiosas judaicas, e suas crenças influenciaram diretamente o contexto no qual o cristianismo emergiu.

Primeiramente, é importante entender que os fariseus eram defensores da Lei de Moisés, e sua insistência na fidelidade às Escrituras e às tradições foi um reflexo do seu desejo de preservar a identidade religiosa do povo judeu, especialmente durante os períodos de dominação estrangeira. Isso contribuiu para a formação de uma comunidade religiosa resistente e devota. A importância dos fariseus na Bíblia não se limitava apenas à sua prática religiosa, mas também ao fato de que muitos dos primeiros cristãos, incluindo o apóstolo Paulo, tinham uma formação farisaica, o que os ajudou a entender as Escrituras à luz de Jesus Cristo.

O próprio apóstolo Paulo, antes de sua conversão, era fariseu. Ele se apresenta como tal em Filipenses 3:5-6, quando diz:
“Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.” (Filipenses 3:5-6, Almeida Revista e Corrigida)

Essa formação farisaica foi fundamental para a sua compreensão e defesa do cristianismo, após sua conversão. Ele conhecia bem a Lei e os ensinamentos farisaicos, o que lhe permitiu, como apóstolo, dialogar com outros judeus e explicar como Cristo cumpria as promessas da Lei e dos Profetas.

Além disso, a interação entre Jesus e os fariseus gerou muitas reflexões que formaram a base do ensino cristão sobre a verdadeira obediência à Lei de Deus. A crítica de Jesus aos fariseus e sua ênfase na transformação do coração em vez de simples observância exterior da Lei, ajudaram a moldar a teologia cristã, que coloca a fé em Cristo como o centro da vida religiosa e não a mera obediência a rituais.

A importância dos fariseus para a história do cristianismo também é visível na maneira como as primeiras comunidades cristãs lidaram com a questão da Lei de Moisés, especialmente no contexto da salvação pela graça e não pelas obras. As discussões sobre a relação entre a Lei e a fé em Cristo, como em Atos 15 (o Concílio de Jerusalém), foram fortemente influenciadas pela presença dos fariseus na história do judaísmo.

Portanto, embora os fariseus sejam frequentemente vistos de maneira negativa devido às críticas de Jesus, sua influência na história do cristianismo é inegável. Eles não apenas ajudaram a preservar o judaísmo até o advento de Jesus, mas também desempenharam um papel indireto na formação da teologia cristã, com muitos de seus ensinamentos servindo de base para os debates e desenvolvimentos subsequentes dentro da fé cristã.

Como os Fariseus São Vistos na Bíblia Hoje?

Na Bíblia, os fariseus são frequentemente retratados de forma negativa devido às críticas de Jesus, que os chamou de hipócritas por se concentraram em rituais exteriores, enquanto negligenciavam a verdadeira transformação do coração. No entanto, sua importância histórica não pode ser ignorada, e seu legado continua a ser relevante para os cristãos hoje, principalmente quando refletimos sobre como a fé deve ser vivida de maneira autêntica e interior.

A visão dos fariseus na Bíblia, hoje, serve como um alerta para todos que buscam viver uma vida religiosa. Eles são um exemplo de como as práticas externas de piedade podem ser vazias se não forem acompanhadas de uma transformação interna e genuína. As críticas de Jesus aos fariseus nos ensinam que Deus não se agrada apenas da aparência religiosa, mas do coração contrito e da verdadeira obediência à Sua vontade.

A relação dos fariseus com o Salmo 1, que foi citado no início deste artigo, é particularmente significativa. O salmo fala sobre o homem que se delicia na Lei do Senhor, meditando nela de dia e de noite. Esse é o oposto da atitude dos fariseus, que, embora seguissem a Lei com zelo externo, não permitiram que ela penetrasse profundamente em seus corações. O Salmo 1 descreve uma pessoa que busca o Senhor com sinceridade, permitindo que a Sua Palavra transforme sua vida de dentro para fora. Já os fariseus, como Jesus apontava, mantinham uma religiosidade superficial, voltada para as aparências, sem um compromisso genuíno com a justiça, misericórdia e fé.

O Salmo 1:1-2 diz:
“Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Salmo 1:1-2, Almeida Revista e Corrigida)

Esta passagem ressalta a importância de uma meditação constante na Palavra de Deus, não apenas em cumprir regras externas, mas em permitir que ela moldasse o caráter e a vida da pessoa. Em contraste, os fariseus são um exemplo de como a prática religiosa pode ser vazia quando não há uma conexão verdadeira com a essência da Lei, que é o amor e a obediência a Deus de todo o coração.

Portanto, os fariseus, como vistos na Bíblia hoje, nos ensinam uma lição valiosa sobre a autenticidade na fé. Eles nos desafiam a refletir sobre nossa própria caminhada espiritual: será que buscamos apenas cumprir regras externas, ou permitimos que a Palavra de Deus nos transforme profundamente, como o Salmo 1 nos ensina? A verdadeira bênção e felicidade vêm quando, como o homem descrito neste salmo, encontramos prazer em viver de acordo com a Lei do Senhor de forma genuína e interior.

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