Quem Era os Publicanos na Bíblia? Os publicanos na Bíblia eram figuras que desempenhavam um papel fundamental no sistema fiscal do Império Romano, e sua presença no contexto judaico era cercada de complexidade. Esses indivíduos eram encarregados de coletar impostos das pessoas, tanto das que viviam em território judeu quanto de outras regiões, sob a autoridade romana. Muitos dos publicanos eram judeus, mas, por sua função de arrecadar tributos para um império estrangeiro, eram amplamente desprezados por seus próprios conterrâneos.

Os publicanos eram judeus? Essa é uma questão que se coloca frequentemente ao abordarmos o papel deles na sociedade da época. Embora fossem judeus por nascimento, os publicanos se viam em uma situação de conflito com seu próprio povo. Ao trabalhar para o Império Romano, um império pagão e opressor aos olhos dos judeus, esses homens eram vistos como traidores. Além disso, muitos publicanos eram conhecidos por praticar extorsão, cobrando mais impostos do que o necessário, o que agravava ainda mais a desaprovação social que enfrentavam.

A Bíblia, especialmente no Novo Testamento, faz diversas referências a essas figuras, e a visão que os judeus tinham deles era de um desprezo profundo. No entanto, a forma como Jesus tratava os publicanos traz uma mudança significativa na compreensão sobre eles, revelando uma mensagem de misericórdia e transformação. Em Mateus 9:10-13, por exemplo, vemos que Jesus se associou a um publicano chamado Mateus, o próprio evangelista, que se tornou seu seguidor. O versículo diz:

“E aconteceu que, estando ele em casa, sentou-se à mesa, e muitos publicanos e pecadores vieram, e estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. E, vendo isso, os fariseus disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso mestre com os publicanos e pecadores? Mas Jesus, ouvindo, disse: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. E, indo aprender o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não viestes chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.” (Mateus 9:10-13 – ARC)

Esta passagem ilustra não apenas a presença dos publicanos nas histórias de Jesus, mas também o olhar de compaixão e oportunidade de transformação que Ele tinha para com eles. Ao contrário do que se esperaria de um líder religioso da época, Jesus via nesses homens a possibilidade de arrependimento e mudança de vida.

No contexto histórico, o trabalho dos publicanos também estava intimamente ligado à cobrança de impostos, e, por isso, eram encarados com desconfiança. Seu papel era central para sustentar a administração do império, o que, aos olhos dos judeus, representava um sinal claro de opressão. A relação deles com Roma, portanto, os colocava em uma posição complicada, entre a lealdade ao seu próprio povo e à necessidade de atender aos interesses do império dominante.

Neste artigo, exploraremos como esses homens, muitas vezes odiados e rejeitados, puderam ser transformados através do encontro com Jesus. E como, através de sua misericórdia, Ele nos ensina valiosas lições sobre arrependimento, perdão e renovação. Ao final, vamos relacionar a história dos publicanos com o Salmo 51 explicação, que traz uma mensagem de restauração e esperança, mesmo para aqueles que estavam à margem da sociedade.

Quem Era os Publicanos na Bíblia
Quem Era os Publicanos na Bíblia

Os Publicanos Eram Judeus

Quando falamos sobre quem eram os publicanos na Bíblia, uma questão importante surge: os publicanos eram judeus? A resposta a essa pergunta é sim, muitos publicanos eram judeus. No entanto, essa simples afirmação carrega consigo uma complexidade significativa no contexto cultural e religioso da época. Os publicanos, apesar de sua origem judaica, eram frequentemente vistos com desprezo e desprezo por seus próprios conterrâneos. Mas por que isso acontecia?

Em primeiro lugar, é fundamental entender o cenário histórico. Durante o período do Novo Testamento, o Império Romano dominava vastas regiões, incluindo a Palestina. Como parte de sua administração, Roma contratava indivíduos locais para coletar impostos em nome do império. Os publicanos eram esses cobradores de impostos. Muitas vezes, eles eram judeus que, por estarem em uma posição de autoridade sobre seus próprios irmãos, eram profundamente rejeitados.

Os publicanos eram judeus, mas sua função como colaboradores do Império Romano, que era visto como opressor, gerava um forte ressentimento. Para muitos judeus, isso os tornava traidores da causa nacional e religiosa. Afinal, o Império Romano impunha pesados tributos ao povo judeu, e muitos desses publicanos eram acusados de cobrar mais do que o necessário para enriquecer à custa do sofrimento de seus compatriotas. A exploração e o abuso de poder eram práticas comuns entre os publicanos, o que ampliava ainda mais a animosidade contra eles.

A relação entre os publicanos e o povo judeu era, portanto, marcada por uma grande aversão. Eles eram frequentemente mencionados ao lado de outros grupos de pessoas socialmente marginalizadas, como os “pecadores”, como se fosse uma classe de pessoas fora da comunidade religiosa e moralmente corrompidas. O fato de que os publicanos eram judeus, mas se alinhavam com os interesses do império pagão, fazia com que fossem considerados impuros e indignos de confiança.

Essa visão negativa dos publicanos é refletida em passagens bíblicas como em Mateus 18:17, onde Jesus instrui sobre o tratamento de um irmão que pecar contra você. Ele diz:

“E, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.” (Mateus 18:17 – ARC)

Nessa passagem, o uso da palavra “publicano” reforça o desprezo social que os judeus sentiam por esses indivíduos, comparando-os aos gentios, que eram considerados fora do povo de Deus. Esse desprezo, portanto, não se limitava apenas à função dos publicanos como cobradores de impostos, mas estava também enraizado em questões de identidade, lealdade e pureza religiosa.

Porém, como veremos mais adiante, a história dos publicanos na Bíblia não termina com o desprezo. Jesus, em sua missão, mostrou uma abordagem completamente diferente, oferecendo a eles, como a outros marginalizados, a oportunidade de redenção e transformação.

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Porque os Publicanos Eram Odiados

Quando buscamos entender quem eram os publicanos na Bíblia, uma das questões que surgem com frequência é por que os publicanos eram odiados pelos judeus? Embora muitos dos publicanos fossem, de fato, judeus, o que deveria naturalmente aproximá-los do povo, a realidade é que sua posição social e suas funções os tornavam alvo de profundo desprezo e aversão por parte de seus compatriotas.

Os publicanos eram judeus, mas eram vistos como traidores. Eles desempenhavam uma função de colaborador com o império romano, que governava a Palestina na época. Esse império era o opressor do povo judeu, o que naturalmente causava uma forte animosidade. Para os judeus, os publicanos não apenas ajudavam a financiar esse regime opressor, mas muitos deles abusavam de seu poder para extorquir ainda mais dinheiro das pessoas, cobrando impostos acima do necessário e ficando com a diferença.

O desprezo por esses homens estava enraizado não só em sua colaboração com o império romano, mas também no fato de que eles eram vistos como pessoas moralmente corrompidas. A cobrança excessiva de impostos e a busca por lucro pessoal sobre a miséria do povo tornavam os publicanos alvo de grande rejeição. O status de “pecador” frequentemente associado a eles não era apenas uma questão de sua ocupação, mas também de como suas ações eram vistas como uma violação dos valores e da ética judaica.

A Bíblia menciona essa aversão em diversas passagens. Um exemplo claro pode ser encontrado em Mateus 9:10-11, quando Jesus se assenta à mesa com publicanos e pecadores. A reação dos fariseus, conhecidos por sua religiosidade rígida, ilustra bem o sentimento de hostilidade que existia:

“E aconteceu que, estando ele em casa, sentou-se à mesa, e muitos publicanos e pecadores vieram, e estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. E, vendo isso, os fariseus disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso mestre com os publicanos e pecadores?” (Mateus 9:10-11 – ARC)

Para os judeus da época, o fato de Jesus se associar com publicanos era impensável. Comer com eles era um sinal de aceitação, e isso desafiava profundamente as normas sociais e religiosas daquele tempo. Jesus, no entanto, ao tratar os publicanos com compaixão e chamá-los ao arrependimento, mudava a perspectiva sobre esses homens, mostrando que ninguém estava fora do alcance de Sua graça.

Assim, porque os publicanos eram odiados pelos judeus, a principal razão era sua associação com o Império Romano e a prática de extorsão, o que os tornava símbolos de traição e corrupção. Contudo, como veremos mais adiante, essa visão de rejeição não era a única que Deus desejava para com os publicanos. A transformação possível através de Jesus nos ensina que até os mais desprezados podem ser restaurados.

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A Relevância dos Publicanos nas Passagens Bíblicas

Quando buscamos entender quem eram os publicanos na Bíblia, é essencial reconhecer a relevância dessas figuras em várias passagens bíblicas. Embora os publicanos fossem amplamente desprezados pela sociedade judaica devido à sua associação com o Império Romano e suas práticas muitas vezes corruptas, a Bíblia apresenta esses indivíduos de uma maneira que desafia as percepções tradicionais e destaca o poder transformador da graça divina.

Os publicanos eram judeus, mas sua função de cobrar impostos em nome de Roma e as práticas de extorsão que muitos deles adotavam eram motivos de grande hostilidade. Isso explica por que os publicanos eram odiados pelos judeus. No entanto, ao longo do Novo Testamento, encontramos vários relatos que mostram como Jesus interagia com esses indivíduos, oferecendo-lhes uma oportunidade de redenção e transformação, algo que estava além do que qualquer outro líder religioso da época poderia imaginar.

Um exemplo importante da relevância dos publicanos nas passagens bíblicas é o encontro de Jesus com Mateus, o publicano. Em Mateus 9:9-13, vemos Jesus chamando Mateus, um cobrador de impostos, para ser Seu seguidor:

“E, passando Jesus dali, viu um homem chamado Mateus, que estava sentado na coletoria; e disse-lhe: Segue-me. E ele se levantou e o seguiu. E aconteceu que, estando ele em casa, sentou-se à mesa, e muitos publicanos e pecadores vieram, e estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. E, vendo isso, os fariseus disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso mestre com os publicanos e pecadores? Mas Jesus, ouvindo, disse: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. E, indo aprender o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não viestes chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.” (Mateus 9:9-13 – ARC)

Aqui, a atitude de Jesus é clara: Ele não vê os publicanos como irremediáveis ou impuros, mas como pessoas necessitadas de arrependimento e salvação. Ao se associar com eles, Ele quebra as barreiras sociais e religiosas da época, mostrando que o evangelho não é restrito a um grupo específico, mas é acessível a todos, inclusive àqueles que eram vistos como os piores pecadores.

Outro exemplo importante é o caso de Zaqueu, um publicano que, após seu encontro com Jesus, experimenta uma transformação profunda. Em Lucas 19:8, Zaqueu diz:

“E Zaqueu, levantando-se, disse ao Senhor: Senhor, eis que metade dos meus bens dou aos pobres; e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado.” (Lucas 19:8 – ARC)

Zaqueu, reconhecendo sua culpa, decide mudar radicalmente de vida. Este relato mostra que, apesar de sua posição social como publicano e de sua reputação negativa, ele também estava sujeito ao poder transformador do arrependimento genuíno. Essa história é um claro exemplo da relevância dos publicanos na Bíblia: eles são vistos não apenas como símbolos de traição, mas também como representantes do poder do arrependimento e da mudança.

Essas passagens nos ajudam a entender que, embora os publicanos fossem rejeitados e odiados pelos judeus da época devido à sua associação com Roma e seus atos de corrupção, eles desempenham um papel significativo nas Escrituras. Eles ilustram como a graça de Deus alcança até os mais desprezados e como Jesus desafiou as normas sociais e religiosas ao oferecer perdão e salvação a todos, sem exceção.

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Como Jesus Tratava os Publicanos?

Quando refletimos sobre quem eram os publicanos na Bíblia, uma das questões mais impactantes é como Jesus tratava esses homens, que eram, em grande parte, rejeitados pela sociedade judaica. Os publicanos eram judeus, mas sua associação com o Império Romano e suas práticas frequentemente corruptas tornavam-nos figuras odiosas para os judeus da época. Por que os publicanos eram odiados? Simplesmente porque colaboravam com um império opressor e frequentemente exploravam seu próprio povo. No entanto, a maneira como Jesus tratava os publicanos desafiava as normas sociais e religiosas, oferecendo-lhes a oportunidade de arrependimento e transformação.

Jesus não apenas se associava aos publicanos, mas também os chamava para o arrependimento. Ele via além da sua função como cobradores de impostos e enxergava o potencial para mudança de coração. O evangelho de Mateus, por exemplo, nos conta que Jesus chamou Mateus, um publicano, para ser um dos Seus discípulos:

“E, passando Jesus dali, viu um homem chamado Mateus, que estava sentado na coletoria; e disse-lhe: Segue-me. E ele se levantou e o seguiu.” (Mateus 9:9 – ARC)

O simples ato de Jesus chamar Mateus para ser Seu seguidor quebra todas as barreiras da sociedade da época, que rejeitava esses homens. Para Jesus, o publicano não era um perdido irrecuperável, mas alguém digno de misericórdia, perdão e restauração. Esse comportamento é exemplificado na reação de Jesus aos fariseus, que criticavam a associação de Jesus com publicanos e pecadores:

“E, vendo isso, os fariseus disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso mestre com os publicanos e pecadores? Mas Jesus, ouvindo, disse: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes.” (Mateus 9:11-12 – ARC)

Essa resposta de Jesus revela que Ele enxergava os publicanos não como inimigos, mas como pessoas necessitadas de cura espiritual. A sua missão não era salvar os justos, mas aqueles que reconheciam sua necessidade de perdão e transformação. Jesus não apenas aceitava os publicanos, mas os chamava para uma vida nova, destacando o poder do arrependimento.

Esse tratamento de Jesus reflete a profundidade da misericórdia divina. De acordo com o Salmo 51, que mencionamos no início deste artigo, vemos uma conexão clara com o espírito de arrependimento e restauração que Jesus oferecia aos publicanos. O Salmo 51 é um clamor por purificação e perdão, escrito por Davi após seu pecado, e tem grande relevância quando pensamos no convite de Jesus à transformação dos publicanos:

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.” (Salmo 51:10 – ARC)

A oração de Davi reflete exatamente o tipo de transformação que Jesus desejava para os publicanos. Quando Ele os chamava ao arrependimento, estava oferecendo mais do que uma simples mudança de comportamento; Ele os convidava a experimentar uma renovação profunda de coração, exatamente como Davi pediu no Salmo 51.

Portanto, ao tratar os publicanos com misericórdia e convidá-los ao arrependimento, Jesus seguia o exemplo de compaixão expressado no Salmo 51, buscando restaurar aqueles que estavam à margem e trazendo-os para uma nova vida. Essa abordagem reflete não só o amor incondicional de Jesus, mas também o poder de Deus para criar em cada um de nós um “coração puro”, capaz de viver de acordo com a Sua vontade.

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