Quando estudamos a história bíblica, uma pergunta que surge naturalmente é: quem eram os escribas? Esses personagens desempenharam um papel fundamental na preservação e no ensino das Escrituras Sagradas. Muito mais do que simples copistas, os escribas eram autoridades respeitadas, conhecedores profundos da Lei de Moisés, responsáveis por interpretar e transmitir a Palavra de Deus ao povo.

Para entender o que eram os escribas, é importante saber que sua função começou a ganhar destaque especialmente após o exílio babilônico. Naquela época, a necessidade de preservar os ensinamentos da Lei e aplicá-los à vida diária tornou os escribas indispensáveis à sociedade judaica. Eles atuavam como mestres da Lei, conselheiros religiosos e, muitas vezes, juízes em questões morais e civis.
No tempo de Jesus, o cenário se torna ainda mais interessante. Ao refletirmos sobre quem eram os escribas e fariseus, percebemos que esses grupos estavam intimamente ligados. Embora nem todos fossem maus, muitos escribas, alinhados aos fariseus, passaram a dar mais valor às tradições humanas do que à essência da Palavra. Foi justamente essa atitude que Jesus tantas vezes confrontou, chamando o povo de volta à verdadeira fé e obediência a Deus.
Entender quem eram os escribas é essencial para compreender os desafios espirituais enfrentados em Israel naquele tempo e como eles ainda nos alertam hoje sobre a importância da fidelidade à Palavra.
O Que Eram os Escribas
Para compreender melhor quem eram os escribas, precisamos primeiro entender o que eram os escribas na estrutura da sociedade bíblica. Os escribas eram especialistas no estudo, cópia e interpretação da Lei de Moisés. Com habilidade e extremo cuidado, eles transcreviam os textos sagrados para garantir que a Palavra de Deus fosse preservada com fidelidade ao longo das gerações.
Mas seu papel não se limitava à escrita. Os escribas eram também mestres da Lei, atuando como conselheiros e juízes. Seu conhecimento os tornava figuras essenciais nas sinagogas, nos tribunais religiosos e no cotidiano do povo judeu. Era comum que fossem chamados para esclarecer dúvidas sobre o cumprimento das ordenanças divinas.
Dentro desse contexto, ao analisarmos quem eram os escribas e fariseus, percebemos que ambos os grupos compartilhavam grande zelo pelas tradições. No entanto, muitos escribas, assim como os fariseus, acabaram caindo no erro de colocar interpretações humanas acima do ensinamento puro da Escritura. Essa atitude foi severamente advertida por Jesus, que destacou a necessidade de uma fé genuína e não apenas de rituais externos.
Portanto, os escribas eram pilares da transmissão da Lei, mas seu legado também nos alerta para a importância de manter o coração alinhado à verdadeira vontade de Deus, e não apenas às formalidades religiosas.
Quem Eram os Escribas e Fariseus
Entender quem eram os escribas e fariseus é essencial para compreendermos o ambiente religioso dos tempos de Jesus. Ambos os grupos exerciam grande influência sobre o povo judeu, mas de maneiras complementares e, muitas vezes, sobrepostas.
Os escribas, como vimos, eram especialistas na interpretação da Lei. Já os fariseus formavam uma seita religiosa que buscava viver de acordo com a Lei e as tradições orais. Grande parte dos fariseus era formada por escribas, o que tornava a relação entre os dois grupos ainda mais próxima. Eles compartilhavam o mesmo zelo pelas Escrituras, mas, ao longo do tempo, muitos passaram a valorizar mais as tradições humanas do que os princípios divinos.
Essa distorção foi duramente criticada por Jesus, que, mesmo reconhecendo o conhecimento deles, expôs sua hipocrisia. Um dos momentos mais claros dessa repreensão está em Mateus 23:13:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando.” (Mateus 23:13, ARC)
Esse versículo revela que muitos escribas e fariseus, ao invés de aproximar as pessoas de Deus, criavam barreiras com suas regras e interpretações rígidas. Em vez de serem instrumentos de edificação espiritual, acabaram se tornando obstáculos.
Assim, ao analisarmos o que eram os escribas e quem eram os fariseus, percebemos que o problema não estava no conhecimento que possuíam, mas na forma como usavam esse saber para impor jugos pesados ao povo, esquecendo-se da misericórdia, da justiça e da fé.
Leia também o salmo 15.
Escribas na prática: seu legado e influência
Ao analisarmos quem eram os escribas na prática do cotidiano bíblico, percebemos que seu trabalho ultrapassava a simples cópia de textos. Eles moldaram a vida espiritual de Israel ao preservarem, ensinarem e aplicarem as Escrituras Sagradas de maneira sistemática. Seu zelo pela integridade da Palavra possibilitou que os textos sagrados atravessassem gerações sem perdas significativas, mantendo viva a fé do povo.
O que eram os escribas na prática? Eles eram guardiões do conhecimento. Atuavam como professores nas sinagogas, responsáveis por instruir o povo nos mandamentos da Lei, além de serem consultores jurídicos para questões civis e religiosas. Sua influência era tamanha que, muitas vezes, suas interpretações eram aceitas como autoridade quase equivalente à própria Escritura.
No entanto, quando refletimos sobre quem eram os escribas e fariseus, torna-se evidente que parte desse legado também carrega um alerta. Com o tempo, a rigidez e o apego às tradições humanas obscureceram o propósito original da Lei: conduzir o povo à justiça, à misericórdia e à fé em Deus.
Mesmo com essas falhas, o trabalho dos escribas teve impacto duradouro. Sem seus esforços de preservação e ensino, grande parte do que hoje conhecemos sobre a Bíblia e a história do Antigo Israel poderia ter se perdido. Sua prática nos lembra tanto da importância da fidelidade às Escrituras quanto do perigo de nos desviarmos da essência espiritual para práticas meramente formais.
O que Jesus ensinou sobre os escribas
Ao refletirmos sobre quem eram os escribas, percebemos que sua trajetória foi marcada tanto por momentos de grande fidelidade à Palavra quanto por desvios que comprometeram seu testemunho. Durante seu ministério, Jesus abordou com clareza o que eram os escribas em sua época: homens que, muitas vezes, buscavam mais a aparência de piedade do que a prática sincera da fé.
Em suas palavras, Jesus alertou os discípulos e o povo a não se deixarem enganar pelas aparências religiosas. Em Marcos 12:38, lemos:
“E dizia-lhes em sua doutrina: Guardai-vos dos escribas, que querem andar com vestes compridas, e amar as saudações nas praças.” (Marcos 12:38, ARC)
Este ensinamento revela que muitos escribas haviam se desviado do propósito original de servir a Deus e ao próximo, passando a buscar reconhecimento social e prestígio. Isso nos lembra que, para Jesus, mais importante do que o conhecimento da Lei era viver de maneira íntegra e humilde diante de Deus.
Ao conectarmos essa realidade ao contexto do livro de Esdras, citado no início deste artigo, vemos um contraste evidente. Esdras é descrito como um escriba “hábil na lei de Moisés” (Esdras 7:6) e que agia conforme “a mão do Senhor seu Deus que estava sobre ele”. A atitude de Esdras exemplifica o que deveria ser o verdadeiro papel dos escribas: não apenas conhecer a Lei, mas viver em obediência e submissão a ela.
Entender quem eram os escribas e fariseus nos ajuda a perceber como o zelo pela Lei pode ser benéfico ou prejudicial, dependendo da motivação do coração. Jesus não condenou o ensino da Lei, mas criticou a hipocrisia e a vaidade que surgiram entre aqueles que deveriam ser exemplos de fé. Seu ensino nos convida a buscar a Deus com sinceridade, como Esdras, e não apenas com ritos exteriores.