O versiculo de Hebreus 12:2, que nos apresenta Jesus como o “autor e consumador da nossa fé”, é uma das declarações mais profundas sobre o papel de Cristo na fé cristã. Este versículo, que se encontra na versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), diz:

“Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.”

Neste versículo, somos convidados a olhar para Jesus não apenas como o início da nossa fé, mas como aquele que a completou e a leva à perfeição. Como “autor”, Jesus é o originador e aquele que estabelece a fé em nossos corações. Ele iniciou a obra redentora, permitindo-nos chegar a Deus por meio de Sua morte e ressurreição. Como “consumador”, Ele é aquele que traz a fé à sua consumação, completando a obra de salvação e, através de Sua ressurreição, oferecendo-nos a esperança da vida eterna.

A expressão “pelo gozo que lhe estava proposto” revela o amor e a alegria de Jesus ao cumprir Sua missão. Mesmo enfrentando a dor e o sofrimento, Ele se manteve firme no propósito, pois sabia que, ao concluir Sua obra, nos traria a salvação e a reconciliação com Deus.

A figura de Jesus como “autor e consumador” nos lembra que a nossa fé não é uma construção humana, mas uma obra divina, iniciada por Cristo e aperfeiçoada n’Ele. É uma fé que começa com Sua ação em nós e é mantida e completada por Sua graça e poder.

Esse conceito de Jesus como “autor e consumador da nossa fé” se alinha com o que vemos também no significado do Salmo 22, um salmo messiânico, que antecipa o sofrimento e a vitória de Cristo. No final deste artigo, exploraremos mais a fundo essa relação entre o Salmo 22 e o versículo de Hebreus 12:2, para que possamos entender ainda melhor o profundo significado da obra de Jesus em nossas vidas.

Autor e Consumador da Nossa Fé Versiculo
Autor e Consumador da Nossa Fé Versiculo

A Obra Redentora de Jesus Como Autor da Nossa Fé

Quando falamos sobre Jesus como “autor da nossa fé”, estamos nos referindo ao início da nossa jornada espiritual, que começa com a ação redentora de Cristo. Jesus não apenas iniciou a fé em nossos corações, mas Ele também possibilitou que a humanidade tivesse acesso a uma fé verdadeira e salvífica por meio de Sua morte e ressurreição. Na versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), vemos em João 14:6 a afirmação de Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”

Essa declaração revela claramente o papel de Cristo como “autor” da fé cristã, pois é Ele quem abre o caminho para a salvação e reconciliação com Deus. Sem Jesus, não haveria fé verdadeira, pois Ele é o fundamento sobre o qual nossa fé é construída. Sua vida perfeita, Sua morte sacrificial e Sua ressurreição são os pilares dessa fé, que não depende de nossas obras, mas do que Ele fez por nós.

Além disso, a obra redentora de Jesus vai além de um simples início; ela cria uma nova realidade para o crente. Em Efésios 2:8-9, a Bíblia nos ensina: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem de obras, para que ninguém se glorie.” A salvação, que é o maior fruto dessa fé, não pode ser alcançada por esforços humanos. Ela é o dom de Deus, e Jesus, como “autor”, é quem nos dá esse dom imerecido.

Portanto, a obra redentora de Jesus como autor da nossa fé não é apenas um evento histórico, mas uma ação contínua que ainda nos alcança hoje. Cada dia em que vivemos pela fé é fruto da obra iniciada por Ele. Assim, somos chamados a confiar e depender exclusivamente de Sua graça, reconhecendo que Ele é o único capaz de nos levar à salvação.

O Papel de Jesus Como Consumador da Fé: Perfeição e Cumprimento

Quando refletimos sobre o papel de Jesus como “consumador da nossa fé”, é essencial compreender que, enquanto “autor”, Ele iniciou nossa jornada espiritual; como “consumador”, Ele a leva à perfeição e ao seu cumprimento final. A palavra “consumador” implica em algo mais do que apenas completar um processo; ela carrega consigo a ideia de trazer a fé a sua totalidade, de trazer a obra de Deus em Cristo à sua plena realização. Isso é exemplificado em João 19:30, quando Jesus, antes de morrer na cruz, declarou: “Está consumado.”

Essas palavras, ditas no momento da Sua morte, são uma declaração poderosa de que Jesus havia cumprido tudo o que o Pai lhe havia ordenado. A obra de salvação foi completamente realizada, sem falhas, sem lacunas, sem necessidade de acréscimos. Ele não apenas iniciou nossa salvação, mas a completou, assegurando que tudo o que era necessário para nossa redenção fosse consumado por meio de Seu sacrifício. Isso inclui a derrota do pecado, a superação da morte e a reconciliação com Deus.

Além disso, o papel de Jesus como “consumador” também se reflete no cumprimento das promessas feitas nas Escrituras. Jesus cumpriu as profecias do Antigo Testamento e realizou a vontade de Deus perfeitamente, como vemos em Mateus 5:17: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim revogar, mas cumprir.”

Portanto, ao chamar Jesus de “consumador” da nossa fé, a Bíblia nos lembra que Ele não apenas começou a obra, mas a completou de maneira plena. Ele é o perfeito cumprimento do plano de Deus para a salvação, e, por meio Dele, a fé é levada à perfeição. Essa perfeita consumação da fé nos chama a viver em confiança, sabendo que a obra que Ele iniciou em nossas vidas também será completada até o fim, até o dia em que Ele retornar.

A Alegria de Jesus ao Suportar a Cruz: Pelo Gozo que Lhe Estava Proposto

Em Hebreus 12:2, a Escritura nos apresenta uma das verdades mais profundas sobre a motivação de Jesus em enfrentar o sofrimento: “pelo gozo que lhe estava proposto”. Essa expressão nos revela que, embora a cruz fosse um símbolo de dor e vergonha, havia uma alegria que sustentava Jesus durante o processo de Sua crucificação. A alegria que Ele antecipava estava além do sofrimento imediato; era a certeza de cumprir a vontade de Deus e de trazer salvação para a humanidade.

Jesus, como o “autor e consumador da nossa fé”, sabia que Sua morte na cruz seria o ponto culminante da obra que Ele iniciou. Ele enfrentou a dor, o sofrimento e a vergonha da cruz não com desânimo, mas com a esperança do que viria após o sacrifício. O “gozo” mencionado em Hebreus 12:2 refere-se à alegria que Jesus experimentaria ao concluir a obra de redenção, a qual traria reconciliação entre o homem e Deus. Ele sabia que, por meio de Seu sacrifício, muitos seriam salvos e a humanidade teria acesso à vida eterna.

Essa perspectiva de “gozo” nos mostra que a cruz não foi apenas um ato de sofrimento, mas um meio para um fim glorioso. A vitória sobre o pecado, a morte e Satanás estava garantida, e essa visão da vitória futura era a motivação que sustentava Jesus ao longo de Sua jornada de dor. Em Lucas 9:51, vemos que “quando se completaram os dias em que havia de ser recebido, manifestou o seu rosto, afim de ir para Jerusalém”. Ele já sabia o que lhe esperava, mas estava decidido, porque a alegria da salvação que Ele proporcionaria aos Seus seguidores era mais forte do que qualquer sofrimento.

Portanto, a alegria de Jesus ao suportar a cruz é um exemplo para nós. Ele demonstrou que, mesmo diante das maiores dificuldades e sofrimentos, é possível manter o foco naquilo que Deus tem proposto, pois Ele sempre tem algo de glorioso além do sofrimento presente. Ao olharmos para Jesus como “autor e consumador da nossa fé”, somos chamados a encontrar força na promessa do gozo que Ele nos oferece, que é a certeza da vitória em Cristo.

A Exaltação de Jesus: Assentado à Destra do Trono de Deus

Após completar Sua obra redentora, Jesus não apenas morreu e ressuscitou, mas também foi exaltado à destra do trono de Deus. Essa afirmação, presente em Hebreus 12:2, que descreve Jesus como “assentado à destra do trono de Deus”, carrega um profundo significado espiritual e teológico. A posição à destra do Pai simboliza autoridade, honra e poder supremo. Ao se assentar nesse lugar de grande exaltação, Jesus não apenas recebeu a recompensa por Sua obediência e sacrifício, mas também assumiu Seu papel como Rei e Juiz de todo o universo.

Essa exaltação de Jesus à destra de Deus é o cumprimento de várias profecias do Antigo Testamento, como vemos em Salmo 110:1: “Disse o Senhor ao meu Senhor: Senta-te à minha direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.” Jesus, como “autor e consumador da nossa fé”, agora exerce Sua autoridade celestial, intercedendo por nós e preparando um lugar para os Seus seguidores.

A ascensão de Jesus e Sua exaltação à destra de Deus também têm implicações práticas para os cristãos. Em Atos 2:33, Pedro explica que, ao ser exaltado, Jesus recebeu do Pai o Espírito Santo para derramar sobre a Igreja. Através de Sua ascensão, Ele nos enviou o Consolador, o Espírito Santo, para nos guiar, nos fortalecer e nos capacitar a viver de acordo com a fé que Ele iniciou e consumou em nossas vidas.

Portanto, ao refletirmos sobre a exaltação de Jesus, somos lembrados não apenas de Seu triunfo sobre a morte, mas também de Sua posição de autoridade e Sua contínua obra em nossa vida. Ele não está distante ou inacessível, mas está ativo à destra de Deus, intercedendo por nós e completando a obra de redenção em nosso favor. A certeza de que Ele está sentado à direita de Deus nos dá confiança para perseverar na fé, sabendo que Ele é o nosso intercessor e Senhor, que governa sobre tudo.

Como Podemos Aplicar o Significado de “Autor e Consumador da Nossa Fé” em Nossa Vida

O entendimento de Jesus como “autor e consumador da nossa fé” deve ter um impacto profundo na maneira como vivemos a nossa fé cristã. Se Ele é o “autor”, isso significa que nossa jornada de fé começa com Ele. Isso nos convida a reconhecer que nossa salvação, nossa fé, e nossa esperança não dependem de nossas próprias forças, mas da obra que Jesus iniciou em nós. Por isso, devemos viver com confiança, sabendo que Ele é o fundamento seguro sobre o qual nossa fé é construída. Como “consumador”, Ele também nos garante que essa fé será completada em Sua volta, oferecendo-nos a esperança de uma vitória final sobre o pecado e a morte.

Aplicar essa verdade em nossa vida diária exige que confiemos plenamente em Jesus, especialmente quando enfrentamos dificuldades. Quando olhamos para Ele, o “autor e consumador da nossa fé”, podemos encontrar a força necessária para perseverar. Em momentos de tribulação, como o apóstolo Paulo nos ensina em Filipenses 3:14, somos chamados a “prosseguir para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Isso significa que, enquanto vivemos pela fé, estamos olhando para Jesus, que completará o trabalho que Ele iniciou em nós.

A relação com o Salmo 22, que já mencionamos no início deste artigo, se torna clara aqui. O Salmo 22 é um salmo messiânico que descreve o sofrimento do Messias, mas também aponta para Sua vitória final. Jesus, ao enfrentar a cruz, cumpriu o que foi predito nesse salmo e, ao fazê-lo, trouxe a nossa fé à consumação. O salmo começa com palavras de angústia, mas termina com uma declaração de vitória: “A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor às gerações vindouras.” (Salmo 22:30, ARC) Da mesma forma, nossa fé, iniciada por Cristo e consumada em Sua obra, será um testemunho para as gerações vindouras.

Assim, ao aplicar o significado de “autor e consumador da nossa fé” em nossa vida, somos chamados a viver com uma esperança firme, sabendo que, apesar das dificuldades, Jesus já completou a obra de salvação e nos conduz até a vitória final. Como Ele venceu, nós também venceremos. Essa esperança nos dá coragem para seguir, sabendo que Ele é o perfeito modelo de fé e perseverança.

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