Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, conforme está escrito em Gênesis 1:26-27: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.” (ARC). Essa verdade bíblica revela não apenas a dignidade com que fomos criados, mas também nossa vocação para refletir o caráter divino em nossas ações e relacionamentos.
A expressão “imagem e semelhança” indica que Deus nos deu atributos espirituais, como raciocínio, moralidade, capacidade de amar e relacionar-se, que nos diferenciam de todas as demais criaturas. Isso não significa que possuímos a essência divina, mas que fomos criados para refletir Suas qualidades em um relacionamento de obediência e comunhão com Ele.
No significado do Salmo 8, percebemos um eco dessa grandeza: “Que é o homem mortal, para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste.” (Salmos 8:4-5, ARC). Este Salmo destaca a responsabilidade do homem como administrador da criação, reafirmando o valor de sermos feitos à imagem de Deus.
No final deste artigo, exploraremos como o Salmo 8 se conecta diretamente ao propósito e ao significado de termos sido criados à imagem e semelhança de Deus.
O Propósito da Criação do Homem
O propósito da criação do homem está intimamente ligado ao fato de que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança. Em Gênesis 1:26-28, encontramos o fundamento dessa verdade: “E Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” (ARC). Através dessa passagem, entendemos que Deus confiou ao homem a responsabilidade de governar a criação como um reflexo do Seu governo justo e perfeito.
O homem foi criado para glorificar a Deus, demonstrando em sua vida o caráter divino por meio de atos de amor, justiça e santidade. Essa glorificação não é apenas um objetivo espiritual, mas também uma ação prática: cuidar da criação, promover o bem e viver em comunhão com Deus e com o próximo. Isaías 43:7 reforça essa ideia ao declarar: “A todos os que são chamados pelo meu nome e os que criei para minha glória, os formei, e também os fiz.” (ARC).
Além disso, o propósito da criação do homem é refletir a harmonia do relacionamento da Trindade. Deus nos fez para viver em comunidade, seguindo o exemplo de comunhão perfeita entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Isso se manifesta no amor ao próximo e na busca pela edificação mútua.
Portanto, o propósito da criação humana não está limitado a uma tarefa terrena, mas inclui a preparação para a eternidade. Ao viver de acordo com a vontade de Deus, o homem reflete a Sua glória, cumprindo assim a razão pela qual foi criado.
A imagem e Semelhança de Deus Após a Queda
Após a queda, a imagem e semelhança de Deus no homem foi corrompida, mas não completamente destruída. O relato da desobediência de Adão e Eva em Gênesis 3 nos mostra que o pecado trouxe consequências graves para a humanidade. Apesar disso, permanece a essência de que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, ainda que essa imagem tenha sido distorcida pelo pecado.
Em Gênesis 9:6, mesmo após a queda, encontramos um indício de que o homem ainda carrega a imagem de Deus: “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem.” (ARC). Esse versículo demonstra que o valor intrínseco da vida humana, derivado de sermos feitos à imagem de Deus, continua a ser reconhecido.
Entretanto, o pecado obscureceu aspectos importantes dessa semelhança. A comunhão com Deus foi rompida, a moralidade do homem foi corrompida, e as relações humanas passaram a ser marcadas por conflitos. Em Romanos 3:23, o apóstolo Paulo declara: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (ARC). Isso evidencia que, sem a intervenção divina, o homem não pode refletir plenamente o caráter de Deus.
Embora a imagem tenha sido afetada, Deus providenciou um caminho de restauração. Em Cristo, a semelhança divina é renovada por meio da santificação. Efésios 4:22-24 afirma: “Que vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade.” (ARC). Essa renovação nos permite refletir novamente o caráter de Deus, ainda que de forma imperfeita nesta vida.
Portanto, a queda não anulou completamente a imagem de Deus no homem, mas destacou a necessidade de redenção e restauração, que são possíveis apenas por meio de Jesus Cristo.
Jesus Cristo, o Exemplo Perfeito da Imagem de Deus
Jesus Cristo é o exemplo perfeito da imagem de Deus. Enquanto o pecado corrompeu a imagem divina no homem, em Cristo essa imagem é plenamente revelada sem mancha ou imperfeição. Colossenses 1:15 declara: “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.” (ARC). Esse versículo evidencia que Jesus, sendo Deus encarnado, reflete perfeitamente o caráter e a essência do Pai.
Ao longo de Seu ministério terreno, Cristo demonstrou atributos divinos como amor, justiça, misericórdia e santidade, servindo como modelo para todos os que buscam refletir a imagem de Deus. Em Hebreus 1:3, é afirmado: “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas.” (ARC). Isso confirma que Jesus não apenas revela a glória de Deus, mas também é o agente da redenção e restauração da humanidade.
Por meio de Sua vida, morte e ressurreição, Cristo abriu o caminho para que os seres humanos pudessem ser reconciliados com Deus e renovados à Sua imagem. Romanos 8:29 explica: “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (ARC). A transformação do crente, portanto, é orientada para se tornar cada vez mais semelhante a Jesus.
Além de ser o exemplo perfeito, Cristo é também o mediador da restauração da imagem de Deus no homem. Essa restauração não é alcançada por méritos humanos, mas por meio da obra do Espírito Santo em nossas vidas. Em Jesus, vemos não apenas o modelo a seguir, mas também a fonte de poder e graça para sermos renovados.
Portanto, ao compreender que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, é fundamental reconhecer que Cristo é a manifestação completa dessa imagem. Ele nos chama a segui-Lo e nos capacita a refletir a glória de Deus em nossas vidas.
A Renovação da Imagem de Deus no Homem Redimido
A renovação da imagem de Deus no homem redimido é um processo essencial na vida cristã, que reflete a graça transformadora de Deus. Embora o pecado tenha distorcido a imagem e semelhança divina, a redenção oferecida por meio de Jesus Cristo restaura essa imagem, permitindo que o homem volte a refletir o caráter de Deus. Em Colossenses 3:9-10, lemos: “Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.” (ARC). Esse texto destaca que a renovação ocorre à medida que abandonamos os antigos hábitos pecaminosos e nos revestimos do novo homem.
Esse processo de renovação é obra do Espírito Santo, que transforma os cristãos para serem mais semelhantes a Cristo. Em 2 Coríntios 3:18, o apóstolo Paulo afirma: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (ARC). Assim, a restauração da imagem divina não é um evento isolado, mas uma caminhada contínua em santificação.
A renovação também envolve a mente e o coração. Em Efésios 4:22-24, somos exortados: “Que vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade.” (ARC). Esse chamado reforça que o homem redimido é moldado para refletir os atributos de Deus, como justiça, santidade e amor.
Além disso, a renovação da imagem divina tem implicações práticas. À medida que somos transformados, nossas atitudes, escolhas e relacionamentos começam a refletir os princípios do Reino de Deus. O amor ao próximo, a compaixão pelos necessitados e a busca pela verdade tornam-se marcas evidentes de quem está sendo renovado à semelhança de Deus.
Portanto, compreender que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança é também entender que a restauração dessa imagem é possível por meio de Cristo. O homem redimido é chamado a viver de maneira que glorifique a Deus, sendo um reflexo vivo de Sua bondade e perfeição.
Refletindo a Imagem de Deus na Prática
Refletir a imagem de Deus na prática é o objetivo de todo aquele que compreende que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança. Isso implica viver de maneira que demonstre o caráter divino em ações concretas, tanto no relacionamento com Deus quanto com o próximo. Em Mateus 5:16, Jesus ensina: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (ARC). Esse versículo ressalta que nossas atitudes devem ser um testemunho visível da glória de Deus.
Na prática, refletir a imagem de Deus significa agir com amor, justiça e misericórdia. Isso pode ser demonstrado por meio de gestos simples, como perdoar quem nos ofendeu, ajudar os necessitados e falar a verdade em todas as circunstâncias. Efésios 5:1-2 nos encoraja: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.” (ARC). Ser imitadores de Deus exige um compromisso diário com os valores do Reino de Deus.
Além disso, refletir a imagem divina envolve o cuidado com a criação. Conforme vimos no Salmo 8, que ecoa a verdade de que Deus criou o homem para dominar e cuidar da terra, somos chamados a exercer essa responsabilidade com sabedoria e reverência. O Salmo 8 declara: “Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés.” (Salmos 8:6, ARC). Isso nos lembra que, ao cuidarmos do mundo que Deus criou, estamos honrando o propósito divino para nossas vidas.
A conexão com o Salmo 8 é profunda porque ele enfatiza o papel do homem como um reflexo da glória de Deus e a importância de viver de acordo com esse chamado. Assim como o salmista reconheceu a majestade de Deus e a dignidade do homem em sua criação, somos desafiados a demonstrar essa mesma reverência e propósito em nossa conduta diária.
Portanto, viver como alguém que reflete a imagem de Deus exige dedicação espiritual, moral e prática. Ao buscar comunhão com Deus por meio da oração, da leitura da Bíblia e do serviço ao próximo, podemos cumprir o propósito para o qual fomos criados. Afinal, fomos chamados a viver para a glória de Deus, sendo luz em um mundo que carece do reflexo da bondade e da verdade divinas.