O Tabernáculo era o santuário móvel construído pelos israelitas no deserto, conforme a orientação dada por Deus a Moisés. Ele era o centro da adoração e do relacionamento entre Deus e seu povo, servindo como um local de sacrifícios e intercessão. No entanto, nem todos podiam entrar no Tabernáculo livremente. O acesso era cuidadosamente regulamentado, seguindo diretrizes específicas estabelecidas pelo próprio Deus.
A estrutura do Tabernáculo era dividida em três áreas principais: o pátio, o Lugar Santo e o Santo dos Santos. Cada uma dessas áreas possuía regras rigorosas sobre quem podia entrar e desempenhar funções ali.
No pátio externo, qualquer israelita poderia trazer suas ofertas e sacrifícios, mas somente os sacerdotes estavam autorizados a manipulá-los no altar do holocausto. O Lugar Santo, por sua vez, era restrito exclusivamente aos sacerdotes descendentes de Arão, que realizavam os serviços diários, como a troca dos pães da proposição e a manutenção do candelabro de ouro. Por fim, o Santo dos Santos, o local mais sagrado do Tabernáculo, só podia ser acessado pelo sumo sacerdote, e apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação.
Essa separação entre os espaços do Tabernáculo simbolizava a santidade de Deus e a necessidade de purificação para se aproximar d’Ele. O livro de Hebreus explica essa distinção ao afirmar:
“Ora, estando essas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços; mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo;” (Hebreus 9:6-7, ARC).
Essa organização demonstrava que o acesso à presença de Deus era limitado e exigia intercessores, reforçando a ideia de que apenas através de um mediador devidamente consagrado era possível se aproximar do Senhor.
A relação entre o Tabernáculo e a presença de Deus pode ser encontrada em diversos salmos, como o Salmo 15 explicação, que questiona: “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?” (Salmos 15:1, ARC). Esse versículo reflete a necessidade de pureza e retidão para estar diante do Altíssimo. No final deste artigo, explicaremos melhor essa conexão e seu significado para os cristãos.
O Tabernáculo, portanto, era muito mais do que uma simples tenda; ele representava a santidade de Deus e a necessidade de um caminho preparado para a comunhão com Ele. Mas essa realidade mudou com a vinda de Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote.

O Acesso ao Tabernáculo no Antigo Testamento
No Antigo Testamento, o acesso ao Tabernáculo era rigidamente regulado por Deus. O santuário, construído sob a orientação divina dada a Moisés, era dividido em três partes principais: o pátio externo, o Lugar Santo e o Santo dos Santos. Cada uma dessas áreas possuía restrições específicas sobre quem podia entrar no Tabernáculo e quais funções podiam ser desempenhadas em seu interior.
O pátio externo era a área mais acessível do Tabernáculo. Qualquer israelita poderia entrar ali para apresentar seus sacrifícios e ofertas, mas apenas os sacerdotes estavam autorizados a realizar os rituais no altar do holocausto e no lavatório. Essa distinção demonstrava a necessidade de mediação sacerdotal para que os sacrifícios fossem aceitos por Deus.
O Lugar Santo era restrito aos sacerdotes, descendentes diretos de Arão. Eles tinham permissão para entrar diariamente e desempenhar suas funções, que incluíam a manutenção do candelabro de ouro, a oferta do incenso sobre o altar de ouro e a troca dos pães da proposição. Essa parte do Tabernáculo simbolizava o serviço contínuo diante de Deus, exigindo santidade e consagração por parte dos sacerdotes.
Já o Santo dos Santos, o local mais sagrado do Tabernáculo, era inacessível a qualquer pessoa, exceto ao sumo sacerdote. Ele podia entrar apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação (Yom Kipur), trazendo o sangue da expiação para interceder pelos pecados do povo. Sobre essa limitação, a Bíblia ensina:
“Mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo;” (Hebreus 9:7, ARC).
O véu que separava o Santo dos Santos representava a barreira entre Deus e a humanidade, enfatizando que a presença divina exigia pureza absoluta. Somente um mediador consagrado podia entrar nesse ambiente e interceder em favor do povo.
Essas restrições demonstravam que, sob a Antiga Aliança, o relacionamento com Deus era mediado por sacerdotes, e o acesso à Sua presença era limitado. Essa realidade, no entanto, teve um desdobramento significativo com a vinda de Jesus Cristo, o qual proporcionou um novo caminho para nos aproximarmos de Deus.
Os Sacerdotes e o Serviço no Tabernáculo
Os sacerdotes desempenhavam um papel essencial no Tabernáculo, sendo responsáveis por garantir que os serviços sagrados fossem realizados conforme as diretrizes estabelecidas por Deus. Apenas homens da tribo de Levi podiam servir no sacerdócio, mas nem todos os levitas tinham permissão para exercer o serviço sacerdotal dentro do Tabernáculo. Somente os descendentes de Arão, irmão de Moisés, podiam ocupar a função de sacerdotes e realizar as atividades dentro do santuário.
O serviço dos sacerdotes estava diretamente ligado ao culto e à mediação entre Deus e o povo de Israel. Eles realizavam sacrifícios, queimavam incenso, mantinham o candelabro aceso e ofereciam orações pelos israelitas. Essas funções eram realizadas no Lugar Santo, onde apenas os sacerdotes tinham permissão para entrar e cumprir suas responsabilidades diárias. Sobre essa realidade, a Bíblia afirma:
“Ora, estando essas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços;” (Hebreus 9:6, ARC).
Além das tarefas diárias, os sacerdotes também eram responsáveis por ensinar a Lei de Deus ao povo, agir como juízes em questões religiosas e declarar alguém puro ou impuro, conforme as prescrições da Lei mosaica. Para exercer essas funções, eles deveriam passar por um rigoroso processo de consagração, que incluía a unção com óleo, vestimentas específicas e rituais de purificação.
Os levitas, que pertenciam à mesma tribo dos sacerdotes, também tinham uma função importante no Tabernáculo. Embora não tivessem acesso ao Lugar Santo para realizar os serviços sagrados, eles eram encarregados do transporte, montagem e desmontagem do Tabernáculo, bem como da proteção e guarda dos utensílios sagrados.
O serviço sacerdotal no Tabernáculo simbolizava a necessidade de um mediador entre Deus e os homens. Somente aqueles que haviam sido escolhidos e santificados podiam entrar no Tabernáculo para ministrar diante do Senhor. Esse princípio encontrou seu cumprimento final em Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote eterno, que abriu um novo e vivo caminho para que todos pudessem se achegar à presença de Deus.
O Sumo Sacerdote e o Santo dos Santos
Dentro da estrutura do Tabernáculo, o Santo dos Santos era o local mais sagrado, representando a presença direta de Deus entre o povo de Israel. Diferente do pátio externo e do Lugar Santo, onde os sacerdotes podiam ministrar regularmente, o Santo dos Santos era acessado apenas pelo sumo sacerdote e somente uma vez ao ano, no Dia da Expiação (Yom Kipur). Esse acesso restrito demonstrava a santidade absoluta de Deus e a necessidade de expiação para que o povo pudesse se aproximar d’Ele.
O sumo sacerdote era o único que podia entrar no Tabernáculo e atravessar o véu que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos. No Dia da Expiação, ele levava o sangue de um sacrifício para aspergir sobre o propiciatório, que ficava sobre a Arca da Aliança, intercedendo pelo perdão dos pecados de todo o povo. A Bíblia descreve essa prática da seguinte forma:
“Mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo;” (Hebreus 9:7, ARC).
A presença do véu no Tabernáculo era um lembrete constante de que a comunhão plena com Deus estava limitada pelo pecado. Qualquer transgressão dessa regra significava a morte daquele que ousasse entrar sem a devida consagração. Por isso, o sumo sacerdote precisava passar por rituais específicos de purificação antes de adentrar esse espaço sagrado.
Além de sua função no Dia da Expiação, o sumo sacerdote possuía um papel central na intercessão pelo povo. Ele usava vestes sagradas com o peitoral do juízo, que continha doze pedras representando as tribos de Israel, simbolizando seu encargo de levar o povo diante de Deus.
O sistema sacerdotal do Antigo Testamento, incluindo o papel exclusivo do sumo sacerdote no Santo dos Santos, era uma representação simbólica da necessidade de um mediador entre Deus e os homens. No entanto, esse modelo encontrou seu cumprimento definitivo em Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote da Nova Aliança, que abriu um novo caminho para a presença de Deus. Mas esse aspecto será abordado na próxima seção do artigo.
Jesus Cristo e o Livre Acesso a Deus
No sistema do Tabernáculo, o acesso à presença de Deus era extremamente limitado. Apenas os sacerdotes podiam entrar no Lugar Santo, e apenas o sumo sacerdote tinha permissão para entrar no Santo dos Santos, uma única vez ao ano, no Dia da Expiação. Esse modelo deixava claro que o pecado separava a humanidade de Deus, e que era necessário um mediador para interceder pelo povo. No entanto, essa realidade mudou com a vinda de Jesus Cristo, que veio como o verdadeiro e eterno Sumo Sacerdote da Nova Aliança.
A grande mudança aconteceu no momento da crucificação. Quando Jesus entregou Seu espírito, um evento marcante ocorreu no Templo em Jerusalém, que havia substituído o Tabernáculo como local de adoração. A Bíblia relata:
“E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo;” (Mateus 27:51a, ARC).
Esse acontecimento não foi um mero detalhe simbólico. O véu que separava o Santo dos Santos representava a barreira entre Deus e os homens. Quando ele se rasgou, foi um sinal claro de que, através do sacrifício de Cristo, o acesso à presença de Deus foi aberto para todos os que creem n’Ele.
O livro de Hebreus confirma essa verdade ao dizer:
“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,” (Hebreus 10:19-20, ARC).
Agora, qualquer pessoa que crê em Jesus tem acesso direto a Deus, sem a necessidade de um sumo sacerdote terreno para interceder por ela. Cristo tornou-se o mediador perfeito, eliminando a separação causada pelo pecado.
Essa transformação também nos ajuda a compreender melhor a relação com o Salmo 15, citado no início deste artigo. Esse salmo começa com a pergunta:
“Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?” (Salmos 15:1, ARC).
Antes de Cristo, a resposta a essa pergunta era restrita: apenas os sacerdotes e, em um nível mais profundo, apenas o sumo sacerdote podia entrar no Tabernáculo. Mas agora, em Cristo, a resposta se expande. Todos aqueles que têm fé em Jesus e vivem em obediência a Ele podem habitar na presença de Deus. O Salmo 15 descreve as características daqueles que vivem retamente diante do Senhor, e, pela obra de Cristo, os crentes são capacitados a viver dessa forma, sendo aceitos na comunhão com Deus.
Portanto, quem podia entrar no Tabernáculo sob a Antiga Aliança era restrito a poucos escolhidos. Mas na Nova Aliança, todos os que estão em Cristo foram feitos sacerdotes espirituais (1 Pedro 2:9) e têm acesso livre ao Pai. Esse é o significado mais profundo do sacrifício de Jesus: a restauração do relacionamento entre Deus e a humanidade, permitindo que todos que O buscam possam se achegar com confiança diante do trono da graça.