A história de quando Samuel vai a casa de Jesse é um dos momentos mais marcantes da transição do governo em Israel. Após a rejeição de Saul como rei, Deus instruiu o profeta Samuel a buscar um novo líder para o povo. Essa escolha divina não se basearia em aparência ou posição social, mas sim no coração daquele que seria ungido.
Deus falou claramente a Samuel sobre sua missão:
“Então disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.” (1 Samuel 16:1 – Almeida Revista e Corrigida)
Seguindo a ordem divina, Samuel foi até Belém, cidade onde Jessé e sua família moravam. Ao chegar, os anciãos da cidade ficaram temerosos, pois sabiam que a visita de um profeta podia significar tanto bênção quanto juízo. No entanto, Samuel explicou que viera em paz, para oferecer um sacrifício ao Senhor, e convidou Jessé e seus filhos para participarem da cerimônia.
Na casa de Jessé, o profeta testemunhou a apresentação de seus filhos um a um. Aos olhos humanos, Eliabe, o primogênito, parecia ser a escolha ideal, pois possuía uma aparência impressionante. No entanto, Deus advertiu Samuel para não julgar pela aparência, pois Ele vê além daquilo que os olhos humanos podem enxergar. Esse princípio revela um dos grandes ensinamentos espirituais dessa passagem: Deus não escolhe com base em critérios externos, mas segundo Seu propósito e conhecimento do coração.
Essa história demonstra como a vontade de Deus se manifesta de maneira soberana e muitas vezes surpreendente. Aquilo que parece certo para os homens nem sempre é o que está alinhado com o plano divino. No desenrolar dos acontecimentos, Samuel percebe que a escolha do Senhor não recai sobre os filhos mais velhos de Jessé, mas sobre aquele que, naquele momento, nem estava presente na cerimônia.
No final deste artigo, explicaremos como essa história se relaciona com o salmo 23 explicação, trazendo uma reflexão profunda sobre o chamado divino e a confiança nos planos do Senhor.

A Escolha de Deus Não é Pela Aparência
Quando Samuel vai a casa de Jesse, ele logo percebe que precisará de orientação divina para reconhecer o escolhido do Senhor. Ao ver Eliabe, o filho mais velho de Jessé, o profeta imagina que aquele jovem, imponente e de boa aparência, seria o novo rei de Israel. No entanto, Deus o corrige imediatamente, ensinando um princípio fundamental sobre Seus critérios de escolha:
“Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” (1 Samuel 16:7 – Almeida Revista e Corrigida)
Essa passagem bíblica revela um dos aspectos mais importantes da forma como Deus conduz Seus planos. Enquanto os homens frequentemente julgam pelas aparências, o Senhor enxerga o interior, considerando as intenções e a disposição do coração.
Na casa de Jessé, Samuel observa cada um dos filhos apresentados, mas nenhum deles recebe a aprovação divina. Deus rejeita os que, aos olhos humanos, pareciam ser os mais qualificados, demonstrando que Seu critério não se baseia na força, na estatura ou na posição social. Esse episódio reforça a verdade de que o propósito divino não depende das expectativas humanas, mas da soberana vontade de Deus.
Essa lição continua relevante até hoje. Muitas vezes, as escolhas de Deus podem surpreender, pois Ele capacita os improváveis e exalta os humildes. A história de Samuel na casa de Jessé e porque Davi foi ungido no meio dos irmãos, nos ensina que devemos confiar na visão do Senhor e reconhecer que Seu julgamento é perfeito. Aquilo que é invisível para os homens é plenamente conhecido por Deus.
O Chamado do Menor Entre os Irmãos
Quando Samuel vai a casa de Jesse para ungir um novo rei, ele observa atentamente os filhos que são apresentados diante dele. Um a um, Jessé chama seus filhos mais velhos, mas o Senhor não escolhe nenhum deles. O profeta, então, questiona se há mais algum filho, ao que Jessé responde mencionando o mais novo, que estava no campo, cuidando das ovelhas.
“Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os mancebos? E disse: Ainda falta o menor, e eis que apascenta as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, porquanto não nos assentaremos em roda da mesa até que ele venha aqui. Então mandou em busca dele, e fê-lo entrar; e era ruivo e de formoso semblante e de boa presença. E disse o Senhor: Levanta-te e unge-o, porque este mesmo é.” (1 Samuel 16:11-12 – Almeida Revista e Corrigida)
O fato de Davi não estar presente inicialmente demonstra como ele era visto dentro de sua própria casa. Enquanto seus irmãos eram considerados mais aptos para uma posição de liderança, ele permanecia no campo, desempenhando uma tarefa humilde e aparentemente sem importância. Contudo, Deus já havia escolhido aquele jovem pastor para governar Israel.
Esse chamado reforça a forma como o Senhor age ao longo da história. Deus não escolhe com base na lógica humana, mas conforme Sua vontade soberana. Davi, que era o menor entre seus irmãos e desempenhava uma função simples, foi separado para um grande propósito.
A experiência de Samuel na casa de Jessé nos ensina que Deus enxerga além das limitações impostas pelo homem. Mesmo aqueles que são ignorados ou subestimados podem ser chamados para cumprir missões extraordinárias. Davi, rejeitado na escolha inicial, tornou-se o maior rei de Israel, mostrando que o Senhor levanta aqueles que possuem um coração segundo a Sua vontade.
A Unção de Davi e o Espírito do Senhor Sobre Ele
Quando Samuel vai a casa de Jesse, Deus o guia até Davi, o menor entre os irmãos, aquele que ninguém esperava ser escolhido. Enquanto os homens olhavam para a força e a aparência dos filhos mais velhos, o Senhor via o coração de um jovem pastor que futuramente se tornaria um grande rei. Assim que Davi chega, o Senhor confirma Sua escolha e ordena a Samuel que o unja.
“Então Samuel tomou o vaso de azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou para Ramá.” (1 Samuel 16:13 – Almeida Revista e Corrigida)
Esse momento simboliza a separação de Davi para um propósito divino. A unção com azeite era um ato profético, representando a consagração e a capacitação de Deus sobre aquele que foi escolhido. No mesmo instante, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi, demonstrando que ele não apenas havia sido chamado, mas também receberia o poder necessário para cumprir sua missão.
Diferente de Saul, que perderia o Espírito do Senhor devido à sua desobediência, Davi passou a ser guiado diretamente por Deus. Embora ainda não assumisse o trono de imediato, a unção marcou o início de sua preparação para governar Israel.
Esse episódio ensina que, quando Deus escolhe alguém, Ele também capacita. A unção de Davi prova que não são as habilidades humanas que garantem o sucesso, mas a presença do Espírito Santo que conduz, fortalece e direciona. Assim como aconteceu na casa de Jessé, Deus continua chamando e capacitando aqueles que têm um coração disposto a servi-Lo.
Lições da Escolha de Davi
A história de quando Samuel vai a casa de Jesse para ungir um novo rei ensina importantes lições sobre os propósitos de Deus e a maneira como Ele conduz Seus escolhidos. Diferente dos critérios humanos, que valorizam aparência, força e posição, Deus vê o coração e age segundo Sua soberana vontade.
A primeira lição que aprendemos com essa passagem é que Deus não escolhe segundo os padrões humanos. Enquanto Samuel considerava Eliabe por sua aparência imponente, o Senhor deixou claro que Ele vê além das aparências e busca corações que sejam íntegros diante d’Ele (1 Samuel 16:7). Isso nos ensina a não julgar as pessoas pelo que vemos exteriormente, pois apenas Deus conhece verdadeiramente o interior de cada um.
Outro ensinamento fundamental é que Deus exalta aqueles que são fiéis em pequenas coisas. Davi não estava no meio dos irmãos esperando ser escolhido; ele estava no campo, apascentando ovelhas com dedicação. Seu trabalho humilde demonstrava um coração obediente e disposto a servir. Deus, ao escolher Davi, mostrou que aqueles que são fiéis no pouco serão colocados em posições maiores no tempo certo (Lucas 16:10).
Além disso, essa história nos ensina que quando Deus escolhe, Ele também capacita. A unção de Davi não apenas marcou sua escolha como rei, mas também trouxe sobre ele o Espírito do Senhor (1 Samuel 16:13), garantindo-lhe força, sabedoria e direção para cumprir seu chamado. Assim também acontece conosco: Deus não nos chama por nossas próprias forças, mas pelo Seu poder.
A Relação Dessa História Com o Salmo 23
A trajetória de Davi, desde o momento em que Samuel vai à casa de Jessé até seu reinado, está profundamente ligada ao Salmo 23, que ele mesmo escreveu. Esse salmo reflete a confiança de Davi no cuidado e na direção de Deus, assim como ele próprio cuidava das ovelhas antes de ser chamado.
“O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.” (Salmo 23:1 – Almeida Revista e Corrigida)
Essa declaração mostra que Davi entendia que, mais importante do que ser rei, era depender completamente do Senhor. Ele, que foi chamado enquanto apascentava ovelhas, compreendeu que Deus também o guiava como um Pastor celestial.
No final, a história de Samuel na casa de Jessé nos ensina que Deus escolhe aqueles que confiam n’Ele. Assim como Davi aprendeu a depender do Senhor desde cedo, devemos confiar que Deus tem um plano soberano para nossas vidas. Se permanecermos fiéis, Ele nos guiará, capacitará e cumprirá Seus propósitos em nós.
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