A história de Jeroboão é crucial para compreendermos a divisão do reino de Israel e as consequências da desobediência a Deus. Mas afinal, Jeroboão era filho de quem? A resposta está na Bíblia, que nos revela sua genealogia e papel na história do povo de Deus.

Jeroboão era filho de Nebate, um efraimita da cidade de Zereda. Sua mãe se chamava Zerua, uma viúva. A Bíblia menciona sua origem em 1 Reis 11:26:

“Jeroboão, filho de Nebate, efraimita de Zereda, servo de Salomão, cuja mãe era uma mulher viúva, por nome Zerua, também levantou a mão contra o rei.” (1 Reis 11:26 – ARC)

Essa passagem nos dá informações importantes. Primeiro, ela esclarece que Jeroboão não era filho de Salomão, mas sim um de seus servos. Além disso, destaca que sua mãe era viúva, o que sugere que ele pode ter enfrentado dificuldades desde cedo.

Outro detalhe relevante é sua origem na tribo de Efraim, uma das tribos mais influentes do Reino do Norte. Historicamente, Efraim teve grande destaque entre as tribos de Israel, e o fato de Jeroboão pertencer a essa linhagem ajudou em sua aceitação como líder quando as dez tribos se separaram do governo davídico.

A vida de Jeroboão e sua trajetória refletem uma lição importante sobre liderança e escolhas diante da vontade de Deus. No final deste artigo, explicaremos a relação desse tema com o salmo 1 explicação e como ele pode nos ensinar sobre a fidelidade ao Senhor.

Jeroboão Era Filho de Quem
Jeroboão Era Filho de Quem

Jeroboão era Filho de Salomão

Diante da importância de Jeroboão na história de Israel, muitas pessoas se perguntam: Jeroboão era filho de Salomão? Essa dúvida surge devido à confusão com Roboão, o verdadeiro filho e sucessor de Salomão no trono de Judá. No entanto, a Bíblia deixa claro que Jeroboão não era descendente direto do rei Salomão.

Conforme vimos anteriormente, Jeroboão era filho de Nebate, um efraimita de Zereda, e sua mãe era Zerua, uma viúva (1 Reis 11:26 – ARC):

“Jeroboão, filho de Nebate, efraimita de Zereda, servo de Salomão, cuja mãe era uma mulher viúva, por nome Zerua, também levantou a mão contra o rei.”

A confusão entre Jeroboão e Roboão se dá pelo fato de ambos terem reinado em períodos simultâneos após a divisão do reino. Enquanto Roboão, filho de Salomão, permaneceu governando Judá e a tribo de Benjamim no sul, Jeroboão, escolhido por Deus, tornou-se rei das dez tribos do norte, estabelecendo o Reino de Israel.

Além disso, a ascensão de Jeroboão foi profetizada por Aías, o silonita, que anunciou que Deus lhe daria o governo sobre as dez tribos. O Senhor permitiu essa divisão como consequência dos pecados de Salomão, conforme está escrito em 1 Reis 11:31-32 – ARC:

“E disse a Jeroboão: Toma para ti os dez pedaços; porque assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei as dez tribos. Porém ele terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que tenho escolhido de todas as tribos de Israel.”

Portanto, a Bíblia é clara ao afirmar que Jeroboão não era filho de Salomão, mas sim um de seus servos, escolhido por Deus para governar uma parte de Israel devido à infidelidade do rei Salomão. Essa distinção é fundamental para entender o contexto da divisão do reino e as consequências das decisões de ambos os líderes.

A Profecia Sobre Jeroboão e o Rompimento do Reino

A história de Jeroboão está diretamente ligada ao plano de Deus para disciplinar Israel. Embora muitos questionem se Jeroboão era filho de Salomão, a verdade é que ele não era descendente do rei, mas sim um servo que recebeu uma promessa divina. A profecia sobre Jeroboão foi o marco que selou a divisão do reino de Israel.

Deus levantou o profeta Aías para anunciar a Jeroboão que ele governaria sobre dez tribos de Israel. Essa profecia foi registrada em 1 Reis 11:29-31 (ARC):

“Sucedeu, pois, naquele tempo, que, saindo Jeroboão de Jerusalém, o encontrou no caminho o profeta Aías, o silonita; e este se tinha vestido de uma capa nova; e os dois estavam sós no campo. E Aías pegou na capa nova que sobre si tinha e a rasgou em doze pedaços. E disse a Jeroboão: Toma para ti os dez pedaços; porque assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei as dez tribos.”

O simbolismo da capa rasgada em doze pedaços representava a divisão do reino. Deus daria a Jeroboão o governo sobre as dez tribos do norte, deixando apenas uma tribo para a descendência de Davi, por amor ao rei e à cidade de Jerusalém. Esse rompimento era uma consequência direta dos pecados de Salomão, que se afastou do Senhor e permitiu a idolatria em Israel.

Apesar da promessa, Deus estabeleceu uma condição clara para Jeroboão: ele deveria permanecer fiel aos mandamentos do Senhor. O profeta Aías transmitiu essa advertência em 1 Reis 11:38 (ARC):

“E há de ser que, se ouvires tudo o que eu te mandar, e andares nos meus caminhos, e fizeres o que é reto aos meus olhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, então serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como a edifiquei a Davi, e te darei Israel.”

Essa profecia mostra que Deus concedeu a Jeroboão uma grande oportunidade. Embora Jeroboão não fosse filho de Salomão, ele poderia estabelecer uma linhagem duradoura no Reino do Norte, caso obedecesse ao Senhor. No entanto, suas escolhas futuras acabaram desviando Israel do verdadeiro caminho, gerando graves consequências espirituais para o povo.

O rompimento do reino de Israel foi um evento crucial na história bíblica, e a profecia de Aías se cumpriu exatamente como Deus havia anunciado. O governo de Jeroboão, no entanto, trouxe desafios que veremos adiante, especialmente quanto à sua fidelidade ao Senhor.

Jeroboão como Rei: Obediência ou Rebeldia?

Após receber a promessa de que governaria as dez tribos de Israel, Jeroboão teve a oportunidade de seguir os caminhos do Senhor e estabelecer um reino sólido. No entanto, suas ações como rei demonstraram que ele escolheu a rebeldia em vez da obediência. Embora muitos se perguntem se Jeroboão era filho de Salomão, a verdade é que ele não tinha relação sanguínea com o rei, mas sua história acabou sendo diretamente influenciada pelo governo salomônico e sua posterior divisão.

Quando Salomão soube da profecia sobre Jeroboão, ele tentou matá-lo, obrigando-o a fugir para o Egito (1 Reis 11:40 – ARC):

“Pelo que Salomão procurou matar a Jeroboão; porém Jeroboão se levantou, e fugiu para o Egito, a Sisáqui, rei do Egito; e esteve no Egito até que Salomão morreu.”

Somente após a morte de Salomão, Jeroboão pôde retornar e assumir o governo sobre Israel, conforme Deus havia determinado. No entanto, ao invés de confiar na promessa divina, ele tomou decisões políticas que o afastaram completamente dos caminhos do Senhor.

A idolatria como estratégia política

Temendo que o povo voltasse a Jerusalém para adorar no Templo e, eventualmente, se reconciliasse com Roboão, rei de Judá, Jeroboão criou um sistema alternativo de adoração. Ele construiu dois bezerros de ouro e os colocou em Betel e Dã, incentivando o povo a adorá-los em vez de irem ao Templo de Deus (1 Reis 12:28-30 – ARC):

“Pelo que o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro; e disse-lhes: Muito trabalho vos será subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito. E pôs um em Betel, e colocou o outro em Dã. E este feito se tornou em pecado; pois que o povo ia até Dã, cada um a adorar.”

Essa atitude marcou um afastamento grave da verdadeira adoração. Jeroboão não apenas desviou o povo, mas também instituiu sacerdotes que não eram levitas e estabeleceu festas religiosas que não estavam na Lei do Senhor. Sua decisão foi motivada pelo medo de perder o controle sobre seu reino, mas resultou em uma profunda corrupção espiritual.

A repreensão de Deus e a consequência da desobediência

A desobediência de Jeroboão trouxe juízo sobre ele e sua descendência. Em 1 Reis 13, Deus enviou um profeta para condenar o altar que ele havia erguido em Betel. Mais tarde, outro profeta, Aías, anunciou a destruição da casa de Jeroboão como castigo por seus pecados (1 Reis 14:9-10 – ARC):

“Antes, tu fizeste o mal, mais do que todos os que foram antes de ti, e foste, e fizeste outros deuses e imagens de fundição, para me irritares, e a mim me lançaste para trás das tuas costas. Portanto, eis que trarei mal sobre a casa de Jeroboão, e destruirei de Jeroboão todo o homem, até o encerrado e o desamparado em Israel, e lançarei fora a descendência da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até que acabe.”

Essa profecia se cumpriu, e a linhagem de Jeroboão foi exterminada, confirmando que seu reinado foi marcado não pela fidelidade, mas pela rebeldia contra Deus.

O legado de Jeroboão

Embora tenha sido escolhido por Deus para governar as dez tribos de Israel, Jeroboão desperdiçou essa oportunidade ao seguir seu próprio caminho em vez de confiar no Senhor. Sua história serve como um alerta sobre os perigos de colocar a estratégia humana acima da obediência divina.

Assim, mesmo que Jeroboão não fosse filho de Salomão, sua trajetória está diretamente ligada ao reinado do sábio monarca, mostrando como escolhas erradas podem ter consequências duradouras para um povo e para futuras gerações.

Lições que Podemos Aprender com a Vida de Jeroboão

A história de Jeroboão nos ensina valiosas lições sobre liderança, obediência e as consequências das escolhas erradas. Desde o início, ele teve uma grande oportunidade diante de si: Deus o escolheu para governar as dez tribos de Israel e prometeu que sua casa poderia ser estabelecida, assim como foi a casa de Davi, caso ele obedecesse ao Senhor. No entanto, sua trajetória revelou decisões motivadas pelo medo, insegurança e desejo de poder, o que resultou em sua queda.

Uma das primeiras lições que podemos extrair é que a fidelidade a Deus deve sempre estar acima das estratégias humanas. Quando Jeroboão decidiu criar os bezerros de ouro para impedir que o povo fosse a Jerusalém adorar, ele demonstrou falta de confiança na promessa de Deus. Em vez de se apoiar na direção do Senhor, ele escolheu um caminho mais conveniente politicamente, mas espiritualmente desastroso.

Além disso, sua vida nos mostra que as escolhas erradas não apenas nos afetam, mas também impactam aqueles ao nosso redor. O pecado da idolatria que Jeroboão instituiu permaneceu como um laço sobre Israel por gerações. A Bíblia frequentemente se refere aos reis posteriores do Reino do Norte como aqueles que “andaram no caminho de Jeroboão e no seu pecado” (1 Reis 15:34, 1 Reis 16:2, 2 Reis 10:31 – ARC). Isso demonstra como uma decisão errada pode influenciar negativamente muitas vidas.

Outro ensinamento importante é que Deus sempre oferece uma chance de arrependimento, mas quando a pessoa insiste no erro, a consequência virá. Jeroboão recebeu advertências do Senhor através dos profetas, mas escolheu ignorá-las. Como resultado, sua casa foi destruída e seu nome ficou marcado na história como um rei que desviou Israel dos caminhos do Senhor.

A relação com o Salmo 1: O caminho do justo e do ímpio

A vida de Jeroboão pode ser comparada com a advertência de Salmo 1, que nos ensina sobre o contraste entre o justo e o ímpio:

“Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Salmo 1:1-2 – ARC)

Jeroboão escolheu o caminho dos ímpios, confiando em sua própria estratégia em vez de buscar a orientação do Senhor. Ele não se deleitou na Lei de Deus, mas se afastou dela, levando toda uma nação a seguir seus passos errados. Como o salmo continua dizendo, o ímpio é como a palha que o vento espalha e não permanecerá firme no juízo (Salmo 1:4-5).

Portanto, ao analisarmos sua trajetória, devemos refletir sobre nossas próprias escolhas. Estamos confiando em Deus ou seguindo apenas o que parece mais conveniente? Nossa vida tem sido um exemplo de fidelidade ou estamos influenciando outros para o erro? Assim como Jeroboão teve uma grande oportunidade e a desperdiçou, também somos responsáveis pelas decisões que tomamos.

Que possamos aprender com esses exemplos e buscar sempre andar nos caminhos do Senhor, confiando em Suas promessas e rejeitando qualquer atalho que nos leve para longe da Sua vontade.

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